Fonte: http://cavaleiroconde.blogspot.com.br/2012/11/o-discurso-pueril-das-cotas-raciais.html
A ideologia das cotas raciais parte de
mentiras históricas, estatísticas e sociais para se estabelecer nas leis e no
judiciário. O ministro Joaquim Barbosa é um exemplo clássico do quanto vai de encontro com a própria realidade. Um
homem negro bem sucedido que não acredita na capacidade intelectual de seus
concidadãos. Que exemplo triste!
O discurso pueril das cotas raciais
“Lei não se discute, se cumpre”,
publica-se uma frase solta no facebook, junto com a imagem do Ministro Joaquim
Barbosa, a respeito da legislação das cotas raciais. Não sei se a frase é do atual Presidente
do STF. Acredito que não, porque o seu conteúdo é infeliz e estúpido, de estreito
raciocínio jurídico. Se a lei for injusta, ela deve ser cumprida? Ela também
não deve ser discutida? Será que o
suposto autor da frase conhece algo como “desobediência civil”? As piores e
mais injustas leis estão justificadas pela sacralidade da vontade estatal. Os regimes totalitários agradecem pela ajuda.
Aliás, se as leis não fossem
discutidas, não teríamos os Tribunais e o próprio STF, que no afã de agradar
sensibilidades politicamente corretas, não apenas discutem, como distorcem e
modificam dispositivos da legislação e da Constituição. A Carta Magna não apregoava que
todos são iguais perante a lei? A “discussão” do Supremo mudou o sentido do
art. 5 da CF. Alguns são racialmente mais iguais do que outros.
Quem diz que a lei deve ser
cegamente cumprida, sofre de um sério transtorno de positivismo
jurídico. De
fato, a escola positivista do direito acabou com a mentalidade de uma
boa parte dos juristas e
advogados do país. A idéia tacanha de confundir a norma como um fim em
si mesmo cria essa obediência cega às leis. Pouca gente parece
questionar o conteúdo das
leis. Se elas são um fim em si mesmo, cumpra-se. Elas podem ser
arbitrárias,
racistas, transgressoras da ordem social. Não importa. O acadêmico de
direito
brasileiro foi ensinado a crer que o Congresso Nacional e o STF são
oráculos
dos deuses. Virou um verdadeiro papagaio de pirata legal. Tal é o mal
que Hans
Kelsen fez às letras jurídicas do país.
Como o direito se confunde com a
própria norma, isso cria um verdadeiro vazio no espírito das leis. As pessoas
já esqueceram o direito natural e os princípios gerais do direito. A modinha
agora é o tal “direito alternativo”, escola seguida pelo STF e pelo ativismo
judicial. Se a lei não está conforme aos anseios das esquerdas militantes, o
negócio mesmo é modificar o seu sentido, a sua interpretação, para agradar aos
conchavos políticos dos ativistas.
Se o legalismo extremo leva à
esterilização do direito, o ativismo judicial cria uma completa instabilidade
jurídica. Quem fundamenta mais as leis não é o legislador, mediante o Congresso
Nacional, a Assembléia Legislativa ou as Câmaras Municipais e sim o juiz
ideológico, encharcado de Marx, Gramsci e Escola de Frankfurt na cabeça. Obviamente,
se os juízes mudarem o sentido da lei, os papagaios de piratas jurídicos não
vão fazer nada. Vão crer piamente que esse é o estado natural do direito, ainda
que as próprias leis sejam modificadas ilegalmente no seu conteúdo.
Apesar de não confirmar quem
expressou tais idéias do “cumpre-se a lei”, é possível confirmar o que o
ministro Joaquim Barbosa pensa sobre as cotas. Ele tem uma opinião que é, no
mínimo, espantosa e estarrecedora: ainda que seja bem sucedido, ele desconfia
da capacidade intelectual dos negros. Nunca houve um disparate tão curioso
entre a realidade e o discurso. Ele consegue tudo por conta de seu esforço e
ainda acredita que os seus “irmãos de raça” devam ser paparicados pelo Estado,
porque são incapazes?
Pior é Joaquim Barbosa dizer uma inverdade,
no seu parecer favorável às cotas. Poderia acrescentar que sua declaração é
intelectualmente desonesta. Ele diz que os críticos das cotas são “aqueles que se beneficiam ou se beneficiaram
da discriminação da qual são vítimas os grupos minoritários”. Vamos
analisar a seguinte lógica: se um
brasileiro médio branco, mestiço ou negro for contra as cotas, é sinal de que
ele foi beneficiado por um regime de discriminação? A argumentação é de um
maniqueísmo fajuto. E porque as cotas é que são racistas e
discriminatórias.
Por que será que os defensores das
cotas, ao justificarem um ato hediondo
de discriminação legalizada, projetam a discriminação nos outros? As pessoas
que criticam as cotas defendem justamente a igualdade de todos perante a lei,
sem distinções de qualquer natureza, como está na Constituição Federal (ou,
pelo menos, como ela está transcrita).
Há outra perversidade por trás da
opinião pró-cotas: a defesa de uma ideologia racial. Quando se fala de desigualdade
de brancos e negros, fala-se tão arbitrariamente de raças, ignorando a
existência de indivíduos. Desenvolve-se a loucura de criar médias proporcionais
equiparadas de negros e brancos nas universidades, quando na prática, se cria
uma desigualdade entre indivíduos pela cor da pele. Na prática, idolatra-se a abstração da raça
para ignorar o mérito, os engenhos e esforços pessoais de cada cidadão. Cria-se
a desigualdade racial para impor uma abstrata equiparação racial, como se as
raças fossem mais importantes do que as pessoas. Como se o mero fato de alguém
entrar na universidade dependesse da cor da pele, e não dos conhecimentos
demonstrados num vestibular. A visão é coletivista e totalitária, pra dizer o
mínimo.
A desigualdade no Brasil não
obedece a critérios raciais. Ou melhor, a desigualdade humana obedece a
critérios dos mais vastos, que vão da competência, do mérito individual, da
história, do caráter e da inteligência de cada um. É curioso que indivíduos com
formação jurídica como o Sr. Joaquim Barbosa não nos apresentem um único
exemplo concreto, racional ou visível de discriminação racial nos vestibulares
ou escolas. Ou pior, apresentem exemplos tão genéricos e ralos de racismo, quando na
verdade, ignorem outras variáveis muito mais importantes. Na crença do
Ministro e seus acólitos, parece que a ascensão social
no Brasil só se rege por um sistema de raças. As estatísticas que diferenciam
negros e brancos nos números são meras abstrações. Não existe o branco e o
negro das estatísticas, mas sim indivíduos, com históricos particulares de
vida, quando inúmeras escolhas e talentos podem explicar sua ascensão social,
sem a pecha da raça.
Cabe acrescentar que as
estatísticas podem perfeitamente ser induzidas a justificar um fato inexistente. Muitos
adoram alardear que a média dos brancos ganha mais do que a média de negros.
Mas na prática é uma média geral, que compara a relação de todos os negros e
todos os brancos, sem vincular outras diferenças, com o do lugar, das origens,
das regiões, de educação etc. Inclusive, dentro desta matemática, descobriu-se que os pardos ganham
menos do que os negros. Os negros são racistas por conta dessas diferenças?
Porém, se o branco pobre for comparado
nas mesmas condições sociais do negro, se perceberá que ambos experimentam as
mesmas dificuldades. Ou melhor, a proporção de brancos e negros pobres é
praticamente a mesma. Se a lógica da desigualdade social das “raças” fosse
aplicada literalmente como “prova” de uma sociedade racista, poderíamos afirmar
que seríamos um país de japoneses e judeus racistas, o que seria ridículo. Os brasileiros
judeus e os orientais experimentam um nível de vida e instrução maior do que a
média nacional.
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