Divinity Original Sin - The board game

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Stallone está certo

Fonte: http://www.olavodecarvalho.org/semana/100728dc.html

Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 28 de julho de 2010


A mídia inteira está brabíssima com Sylvester Stallone porque ele disse que no Brasil você pode explodir o país e as pessoas ainda lhe agradecem, dando-lhe de quebra um macaco de presente. Alguns enfezados chegaram até a resmungar que com isso o ator estava nos chamando de macacos – evidenciando claramente que não sentem a diferença entre dar um macaco e ser um macaco.
Da minha parte, garanto que Stallone só pecou por eufemismo. Macaco? Por que só macaco? Exploda o país e os brasileiros lhe dão macaco, tatu, capivara, onça pintada, arara, cacatua, colibri, a fauna nacional inteira, mais um vale-transporte, uma quota no Fome Zero, assistência médica de graça, um ingresso para o próximo show do Caetano Veloso e um pacote de ações da Bolsa de Valores. Exploda o país como o fazem as Farc, treinando assassinos para dizimar a população, e o governo lhe dá cidadania brasileira, emprego público para a sua mulher e imunidade contra investigações constrangedoras. Seqüestre um brasileiro rico e cinco minutos depois os outros ricos estão nas ruas clamando pela libertação – não do seqüestrado, mas do seqüestrador (passado algum tempo, o próprio seqüestrado convida você para um jantar na mansão dele). Crie uma gigantesca organização clandestina, armando com partidos legais uma rede de proteção para organizações criminosas, e a grande mídia lhe dará todas as garantias de discrição e silêncio para que o excelente negócio possa progredir em paz: sobretudo, ninguém, ninguém jamais perguntará quem paga a brincadeira. Tire do lixo o cadáver do comunismo, dando-lhe nova vida em escala continental, e os capitalistas o encherão de dinheiro e até se inscreverão no seu partido, alardeando que você mudou e agora é neoliberal. Crie a maior dívida interna de todos os tempos, e seus próprios credores serão os primeiros a dizer que você restaurou a economia nacional. Encha de dinheiro os invasores de terras, para que eles possam invadir mais terras ainda, e até os donos de terras o aplaudirão porque você “conteve a sanha dos radicais”. Mande abortar milhões de bebês, e os próprios bispos católicos taparão a boca de quem fale mal de você. Mande seu partido acusar as Forças Armadas de todos os crimes possíveis e imagináveis, e os oficiais militares, além de condecorar você, sua esposa e todos os seus cupinchas, ainda votarão em você nas eleições presidenciais. Destrua a carreira de um presidente “direitista” e uns anos depois ele estará trocando beijinhos com você e cavando votos para a sua candidata comunista no interior de Alagoas.
Um macaco? Um desprezível macaquinho? Que é isso, Stallone? Você não sabe de quanta gratidão, de quanta generosidade o brasileiro é capaz, quando você bate nele para valer.
Fora essa ressalva quantitativa, no entanto, a declaração do ator de “Rambo” é a coisa mais verdadeira que alguém disse sobre o Brasil nos últimos anos: este é um país de covardes, que preferem antes bajular os seus agressores do que tomar uma providência para detê-los.
O clássico estudo de Paulo Mercadante, A Consciência Conservadora no Brasil, já expunha a tendência crônica das nossas classes altas, de tudo resolver pela conciliação. Mas a conciliação, quando ultrapassa os limites da razoabilidade e da decência, chega àquele extremo de puxa-saquismo masoquista em que o sujeito se mata só para agradar a quem quer matá-lo.
Curiosamente, muitos dos que se entregam a essa conduta abjeta alegam que o fazem por esperteza, citando a regra de Maquiavel: se você não pode vencer o adversário, deve aderir ao partido dele. Esses cretinos não sabem que, em política prática, Maquiavel foi um pobre coitado, que sempre apostou no lado perdedor e terminou muito mal. A pose de malícia esconde, muitas vezes, uma ingenuidade patética.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

"Bispo de Guarulhos" diz que não recuará em mobilização contra "Dilma"

Fonte: http://fimdostempos.net/bispo-contra-dilma.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+fimdostempos+%28FimdosTempos.net%29


Posted: 26 Jul 2010 01:44 PM PDT
Pivô da polêmica mobilização contra Dilma Rousseff, o bispo de Guarulhos (SP), d. Luiz Gonzaga Bergonzini afirma que não recuará e levará sua manifestação de veto à presidenciável às missas e celebrações das 37 paróquias da cidade.
Ele considera o PT favorável à descriminalização do aborto e divulgou artigo recomendando aos católicos que boicotem a petista.
Governado desde 2001 pelo PT, o município é o segundo colégio eleitoral do Estado, com 788 mil votantes. A campanha informal alicerçada na diocese desagradou o prefeito Sebastião Almeida.
“Sou católico e respeito a posição do religioso. Mas não posso concordar com a transformação de uma posição doutrinária da Igreja Católica em apoio ou rejeição a qualquer candidato.”
Em entrevista à Folha, d. Luiz Gonzaga, 74 anos, diz não ter nada pessoal contra a candidata, mas é irredutível, mesmo após as recorrentes negativas da ex-ministra da Casa Civil.
“Ela [Dilma] segue o partido, ela é a candidata. Então eu vou matar a cobra na cabeça. Pessoalmente não tenho nada contra ela. Mas o direito à vida é o maior direito humano. O aborto é atitude covarde e criminosa. Eu não arredo o pé, não.”
Leia os principais trechos da entrevista concedida pelo bispo.
Folha – Mesmo com a recomendação da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) pela neutralidade na campanha, o senhor decidiu explicitar sua posição contrária à candidata Dilma Rousseff. Por quê?
D. Luiz Gonzaga Bergonzini – Em primeiro ligar, que recomendação é essa? A CNBB não tem autoridade nenhuma sobre os bispos. Eu segui a voz da minha consciência. Sou cristão de verdade e defendo o mandamento “não matarás”. Não tem esse negócio de “meio termo”.
Folha – A candidata afirma que não defende a descriminalização do aborto. Mesmo assim, o senhor cita o nome dela no artigo.
Ela [Dilma] segue o partido, ela é a candidata. Então eu vou matar a cobra na cabeça. Pessoalmente não tenho nada contra ela. Mas o direito à vida é o maior direito humano. O aborto é atitude covarde e criminosa. Eu não arredo o pé, não.
Folha – Como o senhor concluiu que ela tem essa posição? Isso nunca ficou claro e ela nega.
É o terceiro plano de governo que ela adota. Como percebeu que havia reação, foi mudando. Não vou recuar.
Folha – O senhor pretende levar ao conhecimento dos fiéis da diocese essa recomendação de não votar na candidata Dilma?
Os padres devem notificar ao povo a orientação do bispo. Eu não vou arredar o pé, não importa as consequências que eu venha sofrer, mas o que importa é minha consciência e seguir o Evangelho. Eu não tenho medo. O que pode acontecer? Deus saberá.
Folha – Inclusive nas missas, os padres vão tratar do tema? Vão citar o nome da candidata?
Tratar do tema, não. Podem citar o nome dela, porque vou mandar uma carta para os padres notificarem as pessoas da minha recomendação nas missas. Como cidadão, tenho direito de expressar minha opinião e, como bispo, tenho a obrigação de orientar os fiéis.
Folha – O senhor teme algum tipo de retaliação ou reação negativa, seja por parte da CNBB ou de partidários da candidata Dilma?
Sempre tem alguma coisa. Tenho recebido muitos e-mails. Não sei se são ameaças, mas contestando. Mas posso te dizer que muitos de apoio. As pessoas dizem: “finalmente alguém que usa calça comprida resolveu reagir” .
FONTE – FOLHA

sexta-feira, 23 de julho de 2010

"Serra" desafia "PT" a negar vínculo com as "Farc"

Fonte: http://antiforodesaopaulo.blogspot.com/2010/07/serra-desafia-pt-negar-vinculo-com-as.html


Serra desafia PT a negar vínculo com as Farc


O Estado de S.Paulo
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, provocou a rival Dilma Rousseff e o PT a dizerem explicitamente que não têm vínculos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), durante entrevista ontem à Rádio Guaíba.
Indagado sobre a "derrapagem" que seu vice, Índio da Costa (DEM), teria cometido ao tentar vincular o PT ao grupo guerrilheiro colombiano, Serra saiu em defesa do companheiro de chapa e aproveitou para atacar os adversários.
O tucano considerou que Índio disse uma "banalidade" ao fazer a associação e afirmou que há evidências abundantes de que os integrantes das Farc são "sequestradores, cortam a cabeça de gente, são terroristas e fazem narcotráfico" para, na sequência, afirmar que eles "vieram ao Brasil e (foram) aqui abrigados" e acusar o governo federal de ter nomeado a mulher de um deles para um cargo público. "O próprio principal assessor da Presidência de relações exteriores os trata como não-terroristas, no fundo companheiros meio equivocados."
Serra ressalvou duas vezes que não estava qualificando os petistas de narcotraficantes, deixando implícito que as vinculações que vê e não considera explicadas são de outra ordem. "Que os petistas sejam narcotraficantes isso o Índio nunca pensou nem eu", reiterou, sustentando que seu vice disse é que "o PT é aliado a uma força que pratica narcotráfico". Depois, passou às cobranças.
"Curiosamente ninguém do PT veio (explicar), e estão devendo essa explicação, inclusive a Dilma Rousseff, para dizer que eles não tinham nada com as Farc", emendou. "Você viu algum petista, inclusive a Dilma, explicando por que o PT é ligado às Farc, ou negando isso?"
Em outra parte da pregação contra o tráfico de drogas, o tucano avisou que, se eleito, vai fazer pressão diplomática sobre países que exportam drogas para o Brasil. Também afirmou que o governo brasileiro pode citar as obras de infraestrutura que faz na Bolívia para pedir que o governo daquele país deixe de fazer "corpo mole" e tome "maior atitude" no combate ao tráfico.
Ao defender Índio, Serra lembrou que ele já venceu quatro eleições e fez mais votos que o vice de Dilma, Michel Temer (PMDB), a quem considera "eleito na repescagem" em 2006. Elogiou o deputado do DEM como "líder importante" do projeto Ficha Limpa. "Na minha opinião ele é melhor que os outros dois", ressaltou, referindo-se a Temer e também a Guilherme Leal (PV), que, afirmou, não fez nada na vida pública. "Nosso vice foi escolhido por suas virtudes, não foi por nenhum troca-troca de cargos", comparou.
Caminhada. Além de entrevistas às Rádios Pampa, Guaiba e Gaúcha, Serra fez um corpo a corpo com eleitores na Rua dos Andradas. Cumprimentou pessoas, tirou fotos, distribuiu e recebeu abraços dentro de uma agência bancária, uma farmácia e uma banca de revistas. Em alguns momentos foi aplaudido e em duas vezes sua comitiva aumentou o volume do coro que fazia gritando o nome de Serra para abafar vaias esparsas e provocações de quem gritava "Dilma". O último ato foi uma visita à sede da Federação da Agricultura no Rio Grande do Sul, onde criticou o Movimento dos Sem-Terra (MST).
Nada consta
Em Nova York, Marina Silva (PV) negou que o PT tenha laços com as Farc. "Não faço coro aos que acusam o PT de relações com as Farc. Em todos os meus anos no PT, nunca escutei algo assim."

A "espiral do silêncio" nos me®dia

Fonte: http://espectivas.wordpress.com/2010/07/21/a-espiral-do-silencio-nos-me%C2%AEdia/



Gay e pedófilo
Esta é a capa do Jornal de Notícias de hoje. Vemos a notícia: « “Profeta” terá morto três jovens por ciúmes ». Ora, “profeta” tem uma conotação religiosa, e o Jornal de Notícias pretendeu fazer uma associação de ideias com uns vídeos que o assassino colocou no Youtube — em colaboração com uns miúdos que o sociopata gay e pedófilo andava a “comer” — que anunciavam o fim do mundo para o dia 8 de Agosto próximo. O que Jornal de Notícias nunca colocaria na capa seria a seguinte parangona: “Gay terá morto três jovens por ciúmes” , porque uma capa destas contrariaria a estratégia política da espiral do silêncio.
Uma coisa semelhante aconteceu com as notícias sobre os recentes incidentes em Grenoble (França), em que dezenas de automóveis foram incendiados e lojas comerciais destruídas por jovens muçulmanos. Os me®dia portugueses não pronunciaram a palavra “muçulmano”, porque se o fizessem estariam a violar a regra de ouro da espiral do silêncio politicamente correcta.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

True Outspeak "Olavo de Carvalho" dia 19 07











MAIS "FARC" E MAIS "PT"? TÁ BOM! O DIA EM QUE "LULA", JÁ "PRESIDENTE", DECIDIU DAR UM CONSELHO POLÍTICO AOS COMPANHEIROS NARCOTERRORISTAS

Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/mais-farc-e-mais-pt-ta-bom-o-dia-em-que-lula-ja-presidente-decidiu-dar-um-conselho-politico-aos-companheiros-narcoterroristas/

Pois é, leitores… Parece que aquele post do Tio Rei, escrito já sob o calor, conseguiu fazer algum verão neste inverno em que soçobra parte do jornalismo brasileiro. Huuummm… Esse papo de aquecimento global ainda acaba com a qualidade das minhas alegorias… Que esse jornalismo se recuse a veicular mentiras sobre o PT, posso compreender e apóio. De fato, não se deve escrever mentira sobre ninguém, com ou sem “outro lado”. Incompreensível é que se recuse a dizer as verdades. Os vínculos do PT com as Farc não existem porque essa é a opinião de Índio da Costa, de José Serra, minha ou do Mané da esquina. Existem, como deixei claro no post de ontem, porque os fatos o demonstram. Este blog dá sempre um furo permanente: TEM MEMÓRIA!!! Que tal acrescentar um outro ingrediente a esta história? Vamos lá: LULA DEU UMA PRECIOSA DICA ÀS FARC QUANDO JÁ ERA PRESIDENTE: SUGERIU QUE ELAS RENUNCIASSEM À LUTA ARMADA E PASSASSEM A FAZER POLÍTICA, SEGUINDO O EXEMPLO DO PT. Procurem as matérias na Internet. Vocês encontrarão. Voltarei a este ponto. Antes, outras considerações.
Por que tanta resistência em cuidar do binômio PT-Farc? Quando Diogo Mainardi trouxe a público o tal requerimento em que Dilma pede a transferência da mulher de Olivério Medina para o Ministério da Pesca, boa parte dos coleguinhas fez de conta que aquele documento não existia ou de nada valia. Mais tarde, a revista colombiana Cambio revelou os e-mails trocados entre Medina e o chefão terrorista Raúl Reyes: ficou claro que a transferência era uma operação combinada com o governo brasileiro para “proteger Mona” - apelido da mulher de Medina. E, de novo, fez-se silêncio nessa área do jornalismo a que me refiro.
A revista Cambio, diga-se (ver post de ontem), trouxe a lista completa daqueles que os próprios narcoterroristas consideram seus amigos no governo e no PT. Celso Amorim está lá. Esse Megalonanico… Ele não é amigo só de Ahmadinejad… Amorim certamente diria que não tem nada com isso etc. A questão é saber por que os narcos o consideram um companheiro. Num dos e-mails, Medina afirma que Amorim era uma das pessoas com as quais ele contava para permanecer livre no Brasil.
Coisa do passado?
Esse vínculo é “coisa do passado”, como sugere Clóvis Rossi na Folha, segundo vejo aqui? Acho que não. Na crise entre o governo colombiano - democrático - e os narcoguerrilheiros, o Brasil nunca condenou as Farc. Nunca! Mas sobraram hostilidades contra o governo constitucional.
Quando as forças colombianas atacaram o acampamento dos terroristas no Equador, seria até compreensível que o Brasil condenasse a violação do território etc e tal… Mas fez muito mais do que isso: transformou os narcos em vítimas e Álvaro Uribe em bandido. No auge da estupidez, Marco Aurélio Garcia concedeu aquela entrevista ao Le Figaro (ver post de ontem) afirmando que o Brasil era “neutro” (???) sobre o caráter terrorista ou não das Farc. E sentenciou: o governo colombiano estava ficando isolado na América Latina.
É pouco? LULA OFERECEU O BRASIL COMO TERRITÓRIO NEUTRO PARA UMA SUPOSTA NEGOCIAÇÃO ENTRE O GOVERNO CONSTITUCIONAL E OS NARCOTERRORISTAS. Neutro??? Então, entre o terrorismo e a lei, somos território neutro?
De volta a Lula
E agora volto ao ponto que deixei lá no primeiro parágrafo. Quando Lula sugeriu que as Farc abandonassem a luta armada e aderissem à luta política, simplesmente ignorava o caráter do grupo. Para o Babalorixá de Banânia, o “erro tático” dos companheiros - que ele aceitou no Foro de São Paulo quando eles já seqüestravam, assassinavam e mantinham campos de concentração - era a luta armada; O RESTO LHE PARECEU OK. E o resto era nada menos do que o narcotráfico. Nesse assunto, Lula não tocou. Imaginem os companheiros do pó disputando eleições, como queria Lula…
Então não me venham com essa cascata de “assunto do passado”. Não é, não! É assunto do presente. TÃO PRESENTE QUANTO O REQUERIMENTO ASSINADO POR DILMA SOLICITANDO A CONTRATAÇÃO DA MULHER DE MEDINA.
Pronto! Agora voltarei ao calor, que está gelado aqui no “Starbucks Coffee” -  música brasileira no som-ambiente… Já ouvi bossa nova de elevador, Gonzaguinha e Beth Carvalho. E escrevi sobre Lula e as Farc… Como dizia uma musiquinha dos anos 80, às vezes, “a vida não presta”… Paro antes que uma das filhas, aqui do lado, fique muito brava…

Por Reinaldo Azevedo

sábado, 10 de julho de 2010

Mercadante a besta quadrada!!

Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/mercadante-e-a-seguranca-publica-ele-promete-mudar-tudo-no-estado-e-na-capital-que-estao-entre-os-menos-violentos-do-pais/

09/07/2010
às 22:33

MERCADANTE E A SEGURANÇA PÚBLICA: ELE PROMETE MUDAR TUDO NO ESTADO E NA CAPITAL QUE ESTÃO ENTRE OS MENOS VIOLENTOS DO PAÍS

Eu não sei se vocês já repararam que nem mesmo Lula dá muita bola para o senador Aloizio Mercadante (PT), candidato ao governo do Estado de São Paulo. Sempre que pode, entre a proximidade e a distância, escolhe a segunda. Forçou a mão para tê-lo candidato ao governo de São Paulo porque precisava de alguém no estado para atacar o tucano José Serra. Qual o problema com Mercadante?  A ligeireza. Ou mais especificamente: a sua incrível capacidade de, primeiro, falar o que dá na telha e só verificar os fatos depois.
Lembram-se, por exemplo, da cruzada que o PT empreendeu contra o Real em 1994? Mercadante convenceu Lula de que o plano seria um desastre… O Babalorixá nunca o mais o perdoou. Em 2003, Mercadante se meteu a especular sobre um certo “Plano B” na economia, na contramão de Antonio Palocci. Lula ficou danado com ele. No episódio mais recente, queria o rompimento do governo com Sarney — aquela história do “irrevogável revogável”, vocês lembram.
Pois bem. Nesta sexta, Mercadante afirmou que a segurança pública é um dos “principais problemas do estado de São Paulo” e veio, como de hábito, com suas soluções fáceis para problemas difíceis. Segundo ele, é preciso separar os presos por grau de periculosidade, afirmando que os chefes do crime organizado têm de ir para presídios federais de segurança máxima, onde haveria 4 mil vagas!
A desinformação — real ou industriada — de Mercadante é fabulosa. Quando Fernandinho Beira-Mar foi preso, vocês se lembram, o bandido teve de ficar num presídio em São Paulo porque o governo federal não tinha condições de mantê-lo trancafiado. Os chefes do crime organizado já se encontram em presídios de segurança máxima.  Se existem 4 mil vagas ociosas em presídios federais, pergunta-se: faltam bandidos no Brasil ou falta competência do governo federal para “preencher” aquelas vagas? De todo modo, sou capaz de apostar que os números de Mercadante estão errados.

Será mesmo a segurança pública um problema em São Paulo? Os dados abaixo pertencem ao Mapa da Violência. Vejam (se preciso, clique na imagem para ampliá-la):

tabela-homicidios

Entre 2002 e 2007 — cinco anos de governo Lula —, o número de homicídios no país caiu 11,57%. Eficiência do governo federal? Por que seria? Inexiste um programa nacional de segurança de fato. Vejam a tabela: quem responde por essa queda é o estado de São Paulo. No período, o número de homicídios caiu 60,5%. A variação em vermelho indica elevação do número de mortes. Na Bahia governada por Jaques Wagner, aliado de Mercadante, houve uma escandalosa elevação de homicídios: 97,7%.
Abaixo, seguem as tabelas com a evolução de homicídios entre 1997 e 2007. O estado de São Paulo está em antepenúltimo lugar entre as 27 unidades da federação; a cidade de São Paulo é a penúltima no ranking das capitais. Vejam os dados. Encerro depois.

RANKING DOS MORTOS POR 100 MIL NOS ESTADOS 1997-2007
tabela-vale
RANKING DOS MORTOS NAS CAPITAIS 1997-2007
tabela-cidades 
Por que é assim? É simples! São Paulo tem 22% da população e 40% dos presos do Brasil. Não é que a polícia do estado prenda muito. As demais é que prendem pouco. Mas Mercadante promete que vai mudar tudo se for eleito, entenderam? Só para encerrar: eu trabalho com os dados do Mapa da Violência. Mercadante trabalha, como sempre, com números saídos da sua cachola, aquele mesmo método que levou Lula a apostar no desastre do Plano Real. Passem adiante as informações. Combatam a mistificação com fatos.

Por Reinaldo Azevedo

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Lula, os pobres e a carga tributária

Só a besta quadrada do Lula pra dizer isso mesmo. Não sabe nem fazer 2+2, vai querer falar de economia!!

Fonte: http://antiforodesaopaulo.blogspot.com/2010/07/mailson-da-nobrega-lula-os-pobres-e.html


segunda-feira, 5 de julho de 2010

Lula, os pobres e a carga tributária


Em discurso no dia 1° deste mês. O presidente Lula disse que se orgulha da carga tributária do Brasil. "Os estados que têm as melhores políticas sociais são os que têm a carga tributária mais elevada." Citou Estados Unidos. Alemanha, Suécia e Dinamarca. "Quem tem carga tributária de 10% não tem estado. O estado não pode fazer absolutamente nada."

A declaração é uma barafunda. Embaralha conceitos corretos com ilações estapafúrdias, como a de que haveria alguém demandando uma carga de 10% do PIB. O presidente deveria ler sobre o assunto ou cercar-se de quem o entenda. Não há como orgulhar-se de uma carga excessiva, caótica, inibidora do crescimento, que tributa mais os pobres do que os ricos.

Economistas do governo sustentam teses igualmente esquisitas. O relevante seria a carga tributária líquida, isto é, a arrecadação menos as transferências de renda. Assim. não seriam conta transferências de renda. Assim. não seriam contados os gastos previdenciários. o Bolsa Família nem outras transferências a pessoas. Por aí, o estado poderia tributar 100% da renda dos que trabalham, desde que a transferisse aos que não trabalham. O leitor concorda?

Cargas tributárias muito baixas limitam a ação do estado. Nisso o presidente tem razão. No século XIX, o economista alemão Adolph Wagner (1835-1917) observou que a elevação dos gastos públicos e, assim, da carga tributária tinha a ver com o crescimento econômico e com as demandas do eleitorado, favoráveis à expansão dos gastos atinentes ao estado de bem-estar social.

A Lei de Wagner foi refinada pelo economista americano Richard Musgrave (1910-2007). No processo de desenvolvimento, os gastos do estado aumentam por três caminhos: (1) o provimento aumentam de aposentadorias. educação e saúde; (2) ações a relativas à segurança, meio ambiente e intervenção na economia: e (3) políticas públicas de natureza social.

O gasto público do Brasil (cerca de 40% do PIB) é semelhante ao de país rico europeu. Nada a ver com aquela lei, mas com a força de lobbies. O disparate deriva da Constituição de 1988 e dos fortes aumentos do salário mínimo (em especial com Lula), o qual reajusta dois de cada três benefícios previdenciários. Ou se elevava a carga tributária ou se financiava a gastança com inflação ou endividamento, o que seria muito pior.

Todos os países emergentes de renda média. com os quais nos comparamos. têm carga tributária ao redor de 25% do PIB. O Brasil, com 36%. é uma destacada exceção, que não pode nos deixar felizes. Carga tributária desse porte é característica de países ricos como os citados por Lula, de alta renda e riqueza. Nos Estados Unidos, mais de 60% da carga vem de impostos sobre a renda e a propriedade. No Brasil, apenas 20%.

Com renda per capita incompatível com uma carga alta sem distorção - privilégio das nações ricas -, o Brasil depende da elevada tributação do consumo. Ao contrário do que ocorre naquelas nações (um imposto geral sobre o consumo e um específico sobre bens supérfluos como cigarros e bebidas), a estrutura brasileira contém pelo menos seis tributos: IPI, ICMS, ISS, PIS/Cofins. Cide e IOF no crédito ao consumo.

A tributação do consumo extrai mais da renda dos pobres. Exemplo: o valor do ICMS sobre o pão é o mesmo, independentemente de quem o compre. Nesse caso, como nos demais, o ICMS representa um porcentual muito maior da renda do pobre do que do rico. Segundo o Ipea, quem ganha até dois salários mínimos paga 54% de sua renda em tributos. Quem recebe mais de trinta mínimos paga apenas 29%.

A fora essa disfunção social, a carga tributária é um estorvo ao crescimento. De 1988 para cá, houve piora sistemática no tamanho e na sua qualidade. O ICMS, o caos maior, tem 27 legislações diferentes, inúmeros regimes tributários, alíquotas incontáveis e confusas regras. Seu peso se agigantou em itens fundamentais para o desenvolvimento, como telecomunicações e energia.

Ao se orgulhar dessa inaceitável realidade, Lula presta mais um desserviço ao país. Desmoraliza os brasileiros que se dedicam a estudar a carga tributária e a condená-la com fundamentados argumentos. Para ele, feliz da vida com tal carga, não precisamos de reforma. Mais uma vez, o leitor concorda?


Maílson da Nóbrega

Revista Veja