Divinity Original Sin - The board game

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Fato concreto e depuração abstrativa

Fonte: http://www.olavodecarvalho.org/apostilas/fatoconcreto.htm

Olavo de Carvalho
20 de fevereiro de 2002



Nenhum acontecimento, por mínimo que seja, pode se produzir sem que um número indefinido de acidentes faça convergir para o preciso momento e o preciso lugar em que ele se manifesta as inumeráveis linhas de causas e condições que sustentam sua manifestação.

O acontecimento assim considerado denomina-se fato concreto. Concreto vem de cum+crescior, designando o crescimento concomitante e convergente desses vários fatores causais.

Graças à superposição dos fatores acidentais, todo fato concreto pode ter, para seus atores e espectadores, uma multiplicidade de sentidos, que se organizam em várias articulações hierárquicas conforme o ponto de vista, defini do por sua vez por um determinado interesse cognitivo.

Os vários interesses cognitivos, porém, podem ser por sua vez articulados hierarquicamente, segundo critérios de valor. O que tem valor para o personagem envolvido não é necessariamente o que tem valor para o cientista, etc. O ponto de vista dá busca do conhecimento verdadeiro e apodíctico é somente um desses critérios, mas obviamente ele é o único que tem abrangência e fundamento bastante para poder julgar os outros.

Nenhuma ciência estuda fatos concretos. Toda ciência pressupõe um ponto de vista e um recorte abstrativo preliminar. O fato concreto só pode ser objeto de narrativa, devendo esta ser completa no que diz respeito aos detalhes sucessivos e simultâneos, mas plurissensa o bastante para evocar a multiplicidade das causas, acidentes e pontos de vista, que só um posterior exame abstrativo tratará de isolar e estudar um a um.

Uma das tarefas essenciais da filosofia é preparar o fato concreto para exame científico, discernindo nele os vários pontos de vista possíveis e julgando-os segundo sua maior ou menor validade em função dos diversos interesses cognitivos. Sem essa depuração, sugestões mais ou menos implícitas na narrativa se filtrarão subrepticiamente para dentro enfoque científico adotado, maculando a pureza de linhas do objeto abstrato e invalidando as conclusões obtidas de seu estudo.

Toda narrativa de fato concreto é “poética”, no sentido de operar nele um primeiro recorte que não é definido por nenhum interesse cognitivo posterior mas segundo o próprio impacto imediato do acontecimento, considerado enquanto massa de informações e reações vivenciada como experiência humana real.

Nenhum fato concreto seria estudado se não representasse também um problema, e nenhum problema chegaria a ser estudado cientificamente se não fosse também, de algum modo, um problema para a existência humana concreta. A discussão de um problema segundo o interesse cognitivo da existência humana concreta e imediata dos personagens mais ou menos diretamente envolvidos é discussão retórica, pois nela predomina o desejo de fazer prevalecer algum ponto de vista definido por interesses individuais das partes em disputa.

Quando algum interesse desse tipo logo prevalece sobre os demais, o fato cessa de ser problema para a comunidade envolvida, consolidando-se em torno dele uma crença coletiva considerada suficientemente adequada para o posicionamento prático de todas as pessoas em torno do assunto. As crenças, por sua vez, são também fatos concretos, podendo por isto mesmo tornar-se problemas, isto é, problemas “de segundo grau”, já não diretamente comprometidos com a existência concreta, problemas para o filósofo.

Seja em torno das crenças, seja dos fatos mesmos, pode acumular-se uma massa de opiniões ao menos aparentemente incompatíveis, derivadas do exame do fato desde interesses cognitivos diversos e não articulados uns com os outros. Quando a acumulação dessa massa atinge o ponto crítico, isto é, quando as diversas crenças se tornaram fatos e a acumulação desses fatos toma a forma de um conflito geral, a necessidade de articular racionalmente os diversos pontos de vista (e respectivos interesses cognitivos), para transcendê-los num ponto de vista abrangente capaz de dar conta de todos e arbitrá-los, este é precisamente o momento da entrada em cena do filósofo.

O filósofo procede ao exame dialético da massa de opiniões, mas não o faz com propósito puramente dialético (impugnar racionalmente esta ou aquela opinião), mas com o propósito de fazer dela, meduante sucessivas depurações dialéticas das crenças envolvidas, um objeto possível de demonstração científica.

Assim, evidentemente, o estudo científico de qualquer fato passa necessariamente pelas etapas dos quatro discursos de Aristóteles, seja na mente de um só investigador que as percorra todas, seja ao longo de uma “tradição” de discussões que começa com as narrativas e, mediante sucessivas depurações e estreitamentos dos pontos de vista considerados, termina em conclusões científicas com pretensões de validade demonstrativa.

***

A filosofia -- unidade do conhecimento na unidade da consciência e vice-versa -- não poderia, portanto, surgir como ambição e projeto antes da “descoberta do espírito” assinalada por Bruno Snell (dependente por sua vez da dissolução de um universo mitopoético na proliferação dos discursos retóricos). Esta grande ascensão a um ponto de vista superior, definido por um interesse cognitivo superior -- o interesse do indivíduo humano considerado enquanto capaz de conhecimento universalmente válido -- , foi evidentemente um “salto civilizacional”, abrindo à humanidade européia novas possibilidades não só de concepção e cognição, mas de organização social e política fundada no reconhecimento da (potencial) autonomia cognitiva do indivíduo maduro em face da opinião socialmente vigente.

Muitos sofrimentos e perplexidades registrados na História ocidental desde então derivam de um só problema: todos os indivíduos humanos são virtualmente capazes de autonomia cognitiva, não sendo possível determinar de antemão quais realizarão ou não essa possibilidade; de outro lado, é incontestável que pouquíssimos a realizam (e seu número não parece crescer proporcionalmente, tanto quanto se esperava, com a expansão do acesso aos meios de ensino). Intermináveis discussões de princípios e conflitos de facto em torno do “governo dos sábios”, do “governo dos poucos”, do “governo dos muitos” ou do “governo do povo pelo povo para o povo” derivam dessa contradição originária, aparentemente insolúvel. As castas não são mais que a distinção de tipos humanos conforme sua participação maior ou menor na realização dessa possibilidade. A não ser na remotíssima e utópica possibilidade de saber de antemão quais indivíduos se tornarão sábios (hipótese que nem mesmo o rigidíssimo sistema hindu de legitimação oficial das castas ousou subscrever integralmente), a distribuição de facto das castas numa dada sociedade pode ser considerada, sem erro, um dado empírico bruto, que pode ser descrito mas não “explicado” causalmente. Por isto ela é a base extra-social, ou pré-social, de toda ciência social. Por baixo de qualquer sistema político ou estrutura social de classes, há sempre um sistema de castas, reconhecido ou não. As várias possibilidades de articulação entre o sistema de castas existente de facto e o sistema de classes e poderes legitimamente constituído são a base de toda tipologia das estruturas sociais que se pretenda cientificamente válida, isto é, fundada em fatores últimos que transcendem a explicação sociológica.

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Ex-lider gay converte a Jesus e deixa HOMOSSEXUALISMO

Fonte: http://www.bibliacatolica.com.br/blog/mundo/ex-lider-gay-converte-a-jesus-e-deixa-homossexualismo/

Dois anos atrás Michael Glatze provocou ondas de choque em toda a elite homossexual quando declarou publicamente que ele havia abandonado sua vida como proeminente ativista homossexual, se tornado cristão e abraçado a “sexualidade humana normal”.

Contudo, depois de ser vítima de intensas críticas e zombaria após sua conversão, Glatze decidiu “se retrair”, “ficar em silêncio” e “se preparar” por um tempo, mas agora diz que se sente compelido a dar seu testemunho de novo.

Numa entrevista com LifeSiteNews.com (LSN), Glatze disse que, longe de ter voltado a seu velho estilo de vida (como muitos de seus críticos da comunidade homossexual disseram que ele faria), ele está “extremamente feliz, e apto a ter uma vida muito boa, normal e saudável”.

Glatze começou a se identificar como homossexual com a idade de 20 anos. Depois disso ele fundou uma popular revista homossexual para jovens — Young Gay America — com pouco mais de 20 anos, e se tornou uma fonte para os meios de comunicação nacionalmente reconhecida em questões homossexuais aos 30 anos.

Durante esse tempo, porém, ele começou a ter dúvidas sobre a homossexualidade, e em 2005, depois de uma década trabalhando no movimento homossexual, ele desistiu de tudo, decidindo que era “errado e imoral”. Pouco antes de deixar sua posição na revista, conforme ele relatou em 2007 quando revelou pela primeira vez acerca de sua conversão, ele escreveu em seu computador de escritório: “Homossexualidade é morte, e eu escolho vida”.

Depois de anunciar sua conversão, Glatze diz que foi “duramente criticado por pessoas que não me conheciam ao ponto em que eu precisava me retrair, para entender melhor tudo o que eu estava discutindo”.

“A fúria que vem dos indivíduos ‘gays’ contra pessoas como eu pode ser cruel e vil, e pode machucar”, ele disse para LSN. “Eles não param por nada para fazer me sentir envergonhado por minha atual posição acerca da homossexualidade, e tentar me fazer duvidar do que experimentei em minha vida”.

“Cheguei ao ponto em que decidi ficar em ‘silêncio’, e recusar ofertas para falar, e me preparar”, disse ele.

Desde então ele diz que “está confiando em Deus, e somente em Deus”. “Venho adorando viver uma vida relativamente normal”, disse ele. “Vou à igreja. Tenho namorado moças. E, continuo a entender as ramificações do pecado homossexual de forma cada vez mais profunda, e à medida que encontro outros presos nesse pecado, aprendo mais sobre a natureza humana, e observo minhas próprias experiências — comparando-as com o modo como eu poderia ter respondido ou reagido em certas situações apenas alguns anos atrás”.

Agora pronto para compartilhar seu testemunho de novo, ele diz que insiste em fundamentar sua identidade em Deus, em vez de se definir de acordo com sua condição de “ex-gay”. “Não quero ser algum tipo de porta-voz que faz essa questão parecer exagerada acerca de mim”, ele explicou.

“Há inúmeras pessoas que saíram do estilo de vida homossexual com êxito, largaram os hábitos do pecado homossexual e que têm vidas felizes e saudáveis”, ele continuou.

Ele diz que foi edificado por “muitos, muitos e-mails de pessoas de várias partes do mundo que se identificaram com meu testemunho… que me incentivaram a prosseguir nesta caminhada, que estão felizes, que abandonaram a homossexualidade, deixando-a bem para trás, que têm filhos e que têm belas esposas”.

“Parte do problema em ‘divulgar o testemunho’ é que estamos realmente apenas falando sobre a experiência humana normal”, disse ele. “Não é o tipo de coisa onde você sente a necessidade de investir horas de sua vida, correr e gritar ‘Gente, vocês precisam respirar o ar!’”

A verdade é “óbvia”, explicou ele. “A heterossexualidade é a sexualidade humana normal, enquanto a homossexualidade é um desvio. Essas são coisas óbvias. O que é tão inovador é o modo como os ativistas estão tendo sucesso em turvar a realidade”.

“Penso que enquanto os meios de comunicação perpetuarem o mito de que a homossexualidade não pode ser curada… quero continuar a espalhar a mensagem da verdade em oposição a essa mentira”, disse ele, “sustentado pelo fato de que estou mais feliz, mais confiante e muito mais saudável — e muito, muito menos gay — desde 2007 e os anos anteriores”.

Veja informação, em inglês, Aqui

domingo, 29 de janeiro de 2012

Mídia Sem Máscara - O surrealismo na teologia da libertação

Mídia Sem Máscara - O surrealismo na teologia da libertação

Dom Gómez preside Missa por 54 milhões de bebês mortos pelo aborto nos EUA

Fonte: http://www.bibliacatolica.com.br/blog/mundo/dom-gomez-preside-missa-por-54-milhoes-de-bebes-mortos-pelo-aborto-nos-eua/

LOS ANGELES, 25 Jan. 12 / 06:38 am (ACI/EWTN Noticias)

O Arcebispo de Los Angeles (Estados Unidos), presidiu uma Missa de réquiem pelos mais de 53 milhões de bebês abortados nesse país desde que a Corte Suprema legalizou o aborto com a sentença Roe vs Wade em 1973.

Em sua homilia na Catedral de Nossa Senhora de Los Angeles no sábado 21 de janeiro, o Arcebispo assinalou que “não podemos jamais deixar de fazer que o mundo saiba a verdade” já que a humanidade das pessoas não é uma “verdade religiosa ou católica” e sim uma “verdade da biologia e da ciência”.

O Prelado criticou a sentença da Corte Suprema que em 1973 deu ao estado a potestade de reger os direitos das pessoas.

As palavras do Arcebispo foram pronunciadas um dia depois de que a administração Obama anunciasse que não ampliará a isenção para os grupos religiosos que se opõem ao pagamento de planos de seguro médico para seus empregados que incluem esterilização e anticoncepcionais, inclusive os de efeito abortivo.

Dom José Gómez se referiu ao Evangelho do dia, que narra a fuga ao Egito da Sagrada Família para evitar que o Menino Jesus fosse assassinado logo que o rei Herodes ordenou acabar com todos os pequenos varões com menos de dois anos.

O Arcebispo alentou a rezar aos Santos Inocentes pelo estado da Califórnia e pelos Estados Unidos, e advertiu que ainda “existem Herodes” que aceitam e promovem a injustiça do aborto.

“O rei Herodes é um símbolo de todos os governantes e todas as forças de nosso mundo que temem e estão ciumentos de Deus… representa todos os que querem expulsar Deus do mundo e erradicá-lo da memória da sociedade”, disse o Prelado.

O amparo da vida humana, precisou logo, “é vital para a civilização porque em uma criança e na família vemos o amor de Deus”.

Deste modo exortou os presentes a serem “guardiães do direito à vida” como São José quando respondeu à voz de Deus que lhe pediu partir para o Egito.

“Precisamos dizer ao mundo as boas notícias deste Menino, que o Filho de Deus se fez carne no seio de Maria e que cada filho de uma mãe pode ser o filho de Deus”, concluiu.

Uma lição de Hegel

Fonte: http://www.olavodecarvalho.org/semana/081114dc.html

Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 14 de novembro de 2008



Na introdução à Filosofia do Direito, G. W. F. Hegel explica que uma das capacidades essenciais do ego humano é a de suprimir mentalmente todo dado exterior ou interior, quer este se imponha como presença física ou por quaisquer outros meios – a capacidade, em suma, de negar o universo inteiro e fazer da consciência de si a única realidade. Se não fosse esta faculdade, estaríamos presos no círculo dos estímulos imediatos, como os animais, e não teríamos o acesso aos graus mais elevados de abstração. A negação do dado – “a irrestrita infinitude da abstração absoluta ou universalidade, o puro pensamento de si mesmo”, segundo Hegel – é uma das glórias peculiares da inteligência humana.

No entanto, é uma força perigosa, quando exercida independentemente de outras capacidades que a compensam e equilibram, entre as quais, evidentemente, a de dizer “sim” à totalidade do real, capacidade da qual o próprio Hegel deu uma ilustração pitoresca no célebre episódio em que, após contemplar por longo tempo uma soberba montanha, baixou a cabeça e sentenciou: “É, de fato é assim.”

Quando o ego vivencia a negação abstrativa como uma experiência de liberdade, e a autodeterminação da vontade se apega a essa experiência, prossegue Hegel, “então temos a liberdade negativa, a liberdade no vazio, que se ergue como paixão e toma forma no mundo.” Vale a pena citar o parágrafo por extenso, tal a sua força analítica e profética:

“Quando [essa liberdade] se volta para a ação prática, ela toma forma na religião e na política como fanatismo da destruição – a destruição de toda a ordem social subsistente –, como eliminação dos indivíduos que são objetos de suspeita e a aniquilação de toda organização que tente se erguer de novo de entre as ruínas. É só destruindo alguma coisa que essa vontade negativa tem o sentimento de si própria como existente. É claro que ela imagina querer alcançar algum estado de coisas positivo, como a igualdade universal ou a vida religiosa universal, mas de fato ela não quer que esse estado se realize efetivamente, porque essa realização levaria a alguma espécie de ordem, a uma formação particularizada de organizações e indivíduos, ao passo que a autoconsciência daquela liberdade negativa provém precisamente da negação da particularidade, da negação de toda caracterização objetiva. Conseqüentemente, o que essa liberdade negativa pretende querer nunca pode ser algo em particular, mas apenas uma idéia abstrata, e dar efeito a essa idéia só pode consistir na fúria da destruição.”

Esse parágrafo deveria ser meditado diariamente por todos os estudiosos e homens práticos interessados em compreender o mundo da política. Ele elucida algumas constantes do movimento revolucionário que de outra maneira seriam inexplicáveis – tão inexplicáveis e paradoxais que a mente do observador comum se recusa a enxergá-las juntas, preferindo apegar-se a aspectos isolados, ocasionais e temporários, imaginando erroneamente ver aí a totalidade ou a essência do fenômeno.

Uma dessas constantes é a permanente negação de si mesmo, que permite ao movimento revolucionário tomar as mais variadas formas, mudando de rosto do dia para a noite e desnorteando não só o adversário como também uma boa parte dos seus próprios adeptos. Como a unidade de propósitos do movimento é uma pura abstração e seus objetivos proclamados de um momento são apenas encarnações imperfeitas e temporárias dessa abstração, ele pode se despir das suas manifestações particulares como quem troca de meias, sem nada perder e até elevando-se a novos patamares de poder mediante a mudança repentina de uma política para a política oposta, pronto a voltar à anterior sem aviso prévio se as circunstâncias o exigirem. Guerrilhas e terrorismo, por exemplo, jamais alcançam a vitória no terreno militar, mas produzem um anseio geral de paz, e este pode ser atendido negando a legitimidade da violência que ainda ontem se defendia como um direito inalienável, extraindo da casca violenta um núcleo de “reivindicações” supostamente “legítimas” e oferecendo a “paz” em troca do poder “legalmente conquistado”. A derrota transfigura-se em vitória, a negação em afirmação triunfante. O partido governante do Brasil chegou ao poder exatamente por esse artifício, cujo know how ele agora oferece às Farc. Quando uma parcela do movimento revolucionário renega sua própria violência, é que a violência está em vias de alcançar seus objetivos. Essas mutações não seriam viáveis se os fins e valores concretos proclamados pelo movimento revolucionário – sua “caracterização particular objetiva”, diria Hegel – tivessem alguma realidade em si mesmos e não fossem apenas figuras ilusórias projetadas temporariamente pela abstração de fundo.

Mas a autonegação não afeta só os discursos, os pretextos ideológicos da revolução. Ela atinge o corpo mesmo do movimento, periodicamente sacrificado no altar das suas próprias ambições.

A base última da sociedade humana, ensinavam S. Paulo Apóstolo e Sto. Agostinho, é o amor ao próximo. Tingida ou não de ódio ao estranho (que é por assim dizer a sua contrapartida demoníaca, reflexo da imperfeição inerente do amor humano e não um fator substantivo independente como pretendia Emmanuel Levinas), a comunidade do espírito, devoção comum a um sentido de vida aberto para a transcendência, reflui sobre cada um dos seus membros, aureolando-o de uma espécie de sacralidade aos olhos dos demais, seja nomeando-o um membro do corpo de Cristo ou da umma islâmica, um civis romanus, um descendente de Moisés, um herdeiro da tradição nhambiquara ou um simples “cidadão” da democracia moderna, partícipe na comunidade dos direitos invioláveis adquiridos, em última análise, de instituições religiosas milenares. Não é concebível nenhuma “fraternidade” sem uma “paternidade” comum. Mesmo na esfera mais imediata da vida econômica, nenhum comércio frutífero é possível sem a “sociedade de confiança” da qual falava Alain Peyrefitte, fundada na crença de que os valores sagrados de um não serão violados pelo outro.

Em contraste com essa regra universal, o movimento revolucionário diferencia-se pela constância com que, nas organizações e governos que cria, seus próprios membros se perseguem e se aniquilam uns aos outros com uma obstinação sistemática e em quantidades jamais vistas em qualquer outro tipo de comunidade humana ao longo de toda a história. A Revolução Francesa cortou mais cabeças de revolucionários que de padres e aristocratas. A Revolução Russa de 1917 não se fez contra o tzarismo, mas contra os revolucionários de 1905. O nazismo elevou-se ao poder sobre os cadáveres de seus próprios militantes, imolados ao oportunismo de uma aliança política na “Noite das Longas Facas” em 29 de junho de 1934. Mas seria uma ilusão imaginar que esses rituais sangrentos reflitam apenas o furor passageiro das hecatombes revolucionárias. Uma vez consolidados no poder, os partidos revolucionários redobram de violência, movidos pela suspeita paranóica contra seus próprios membros, matando-os aos milhões e dezenas de milhões com uma sanha que ultrapassa tudo o que os mais violentos próceres da reação jamais pensaram em fazer contra eles. Nenhum ditador de direita jamais prendeu, torturou e matou tantos comunistas quanto os governos da URSS, da China, do Vietnã, do Camboja, da Coréia do Norte e de Cuba. As lágrimas de ódio que sobem à face dos militantes de esquerda quando falam de Francisco Franco, de Augusto Pinochet ou mesmo da brandíssima ditadura brasileira, não expressam senão um mecanismo histérico de autodefesa moral – a “repressão da consciência”, como a chamava Igor Caruso –, a projeção inversa das culpas incalculavelmente maiores que o movimento revolucionário tem para com milhões de seus próprios fiéis.

A contrapelo da inclinação universal da natureza humana para fundar a vida social no amor ao próximo, o movimento revolucionário cria sociedades inteiramente baseadas no ódio, fazendo da unidade provisória inspirada no ódio a este ou àquele inimigo externo ou interno um arremedo satânico do amor.

Nada disso seria possível se os ideais e bandeiras erguidos pelo movimento revolucionário a cada passo da sua história tivessem alguma substancialidade em si mesmos. Neste caso a fidelidade comum aos valores sagrados protegeria os membros da comunidade revolucionária uns contra os outros. Mas esses ideais são como as figuras formadas pelas nuvens no céu, condenadas a dissipar-se ao primeiro vento, deixando atrás de si apenas o céu vazio. A única, central e permanente fidelidade do movimento revolucionário é à liberdade abstrata, que, com suas irmãs siamesas, a igualdade abstrata e a fraternidade abstrata, não pode encarnar-se perfeitamente em nenhuma forma particular histórica e, não consistindo senão de vazio absoluto, só pode encontrar a satisfação de um sentimento fugaz de existência no exercício da aniquilação, na insaciável “fúria da destruição”.

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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

domingo, 22 de janeiro de 2012

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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O Fundamentalismo Ateu

Fonte: http://www.bibliacatolica.com.br/blog/outros/o-fundamentalismo-ateu/

Uma reflexão sobre o valor das religiões, por Ives Gandra Martins

SÃO PAULO, 18 de janeiro de 2012 (ZENIT.org) - Oferecemos aos nossos leitores, um interessante artigo que nos enviou *Ives Gandra da Silva Martins, advogado tributarista, professor e prestigiado jurista brasileiro; uma reflexão sobre o valor das religiões.

***

O FUNDAMENTALISMO ATEU

Voltávamos,Francisco Rezeke eu, de uma posse acadêmica em Belo Horizonte, quando ele utilizou a expressão “fundamentalismo ateu” para referir-se ao ataque orquestrado aos valores das grandes religiões que vivemos na atualidade.

Lembro-me de conversa telefônica que tive com o meu saudoso e querido amigo Octávio Frias, quando discutíamos um editorial que estava para ser publicado, sobre Encíclica do Papa João Paulo II, do qual discordava quanto a alguns temas. Argumentei que a Encíclica era destinada aos católicos e que quem não o era, não deveria se preocupar. Com sua inteligência, perspicácia e bom senso Frias manteve o editorial, mas acrescentou a observação de que o Papa, embora cuidando de temas universais, dirigia-se, fundamentalmente, aos que tinham a fé cristã.

Quando fui sustentar, pela CNBB, perante a Suprema Corte, a inconstitucionalidade da destruição de embriões para fins de pesquisa científica – pois são seres humanos, já que a vida começa na concepção -, antes da sustentação fui hostilizado, a pretexto de que a Igreja Católica seria contrária a Ciência e que iria falar de religião e não de Ciência e de Direito. Fui obrigado a começar a sustentação informando que a Academia de Ciências do Vaticano tinha, na ocasião, 29 Prêmios Nobel, enquanto o Brasil até hoje não tem nenhum, razão pela qual só falaria de Ciência e de Direito. Mostrei todo o apoio emprestado pela Academia às experiências com células tronco adultas, que estavam sendo bem sucedidas, enquanto havia um fracasso absoluto nas experiências com células tronco embrionárias. E, de lá para cá, o sucesso com as experiências, utilizando células tronco adultas, continua cada vez mais espetacular. Já as pesquisas com células embrionárias permanecem no seu estágio “embrionário”.

Trago estas reminiscências, de velho advogado provinciano, para demonstrar minha permanente surpresa com todos aqueles que, sem acreditarem em Deus, sentem necessidade de atacar permanentemente os que acreditam nos valores próprios das grandes religiões, que como diz Toynbee,em seu “Estudoda História”, terminaram por conformar as grandes civilizações. Por outro lado, Thomas E. Woods Jr., em seu livro “Como a Igreja Católica construiu a civilização Ocidental” demonstra que, além dos fantásticos avanços na Ciência realizados por sacerdotes cientistas, a Igreja ofereceu ao mundo moderno o seu maior instrumento de cultura e educação, ou seja, a Universidade.

Aos que direcionam esta guerra atéia contra aqueles que vivenciam a fé cristã e cumprem seu papel, nas mais variadas atividades, buscando a construção de um mundo melhor, creio que a expressão do ex-juiz da Corte de Haia é adequada. Só não se assemelham aos “fundamentalistas” do Próximo Oriente, porque não há terroristas entre eles.

Num Estado, o respeito às crenças e aos valores de todos os segmentos da sociedade é a prova de maturidade democrática, como, aliás, o constituinte colocou, no artigo 3º, inciso IV, da C.F, ao proibir qualquer espécie de discriminação.

*IVES GANDRA DA SILVA MARTINS, é advogado tributarista, professor e prestigiado jurista brasileiro; acadêmico das: Academia Internacional de Cultura Portuguesa, Academia Cristã de Letras e Academia de Letras da Faculdade de Direito da USP; Professor Emérito das universidades Mackenzie, CIEE/O, ECEME e Superior de Guerra – ESG; Professor Honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia); Doutor Honoris Causa da Universidade de Craiova (Romênia) e Catedrático da Universidade do Minho (Portugal).

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

sábado, 14 de janeiro de 2012

A Motivação de Nossos Corações - Rodolfo Abrantes

Roberto Cavalcanti: Estudo de Robert Spitzer afirma que homossexualism...

Roberto Cavalcanti: Estudo de Robert Spitzer afirma que homossexualism...: Robert Spitzer, M.D. um dos psiquiatras da APA que originalmente trabalharam para remover o homossexualismo do DSM em 1973, descobriu que ...

Turismo homossexual no Rio de Janeiro: com dinheiro público.

Roberto Cavalcanti: Homossexualismo conduz à morte prematura

Roberto Cavalcanti: Homossexualismo conduz à morte prematura: Estudo irretorquível realizado por Paul Cameron, Ph. D. e Kirk Cameron, Ph. D. refuta a tese de que a discriminação coopera para a redução d...

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Julio Severo: Meus estranhos visitantes: Sede do Comando de Sist...: Meus estranhos visitantes Sede do Comando de Sistemas de Informações do Exército dos Estados Unidos visitando meu blog pró-família? Julio Se...

RODOLFO ABRANTES (ex-raimundos) TESTEMUNHO 2011 (DVD completo)

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

domingo, 8 de janeiro de 2012

Roberto Vargas Jr.: Desconstrucionismo, marxismo e hermenêutica da sus...

Roberto Vargas Jr.: Desconstrucionismo, marxismo e hermenêutica da sus...: Por um anônimo. Publicado em Nash, R.H. Questões últimas da vida . São Paulo: Cultura Cristã, 2008. Ou os desconstrucionistas estão entre...

Dialética da inveja

Fonte: http://www.olavodecarvalho.org/semana/030826fsp.htm

Olavo de Carvalho
Folha de S. Paulo, 26 de agosto de 2003

A inveja é o mais dissimulado dos sentimentos humanos, não só por ser o mais desprezível mas porque se compõe, em essência, de um conflito insolúvel entre a aversão a si mesmo e o anseio de autovalorização, de tal modo que a alma, dividida, fala para fora com a voz do orgulho e para dentro com a do desprezo, não logrando jamais aquela unidade de intenção e de tom que evidencia a sinceridade.

Que eu saiba, o único invejoso assumido da literatura universal é O Sobrinho de Rameau, de Diderot, personagem caricato demais para ser real. Mesmo O Homem do Subterrâneo de Dostoiévski só se exprime no papel porque acredita que não será lido. A gente confessa ódio, humilhação, medo, ciúme, tristeza, cobiça. Inveja, nunca. A inveja admitida se anularia no ato, transmutando-se em competição franca ou em desistência resignada. A inveja é o único sentimento que se alimenta de sua própria ocultação.

O homem torna-se invejoso quando desiste intimamente dos bens que cobiçava, por acreditar, em segredo, que não os merece. O que lhe dói não é a falta dos bens, mas do mérito. Daí sua compulsão de depreciar esses bens, de destruí-los ou de substituí-los por simulacros miseráveis, fingindo julgá-los mais valiosos que os originais. É precisamente nas dissimulações que a inveja se revela da maneira mais clara.

As formas de dissimulação são muitas, mas a inveja essencial, primordial, tem por objeto os bens espirituais, porque são mais abstratos e impalpáveis, mais aptos a despertar no invejoso aquele sentimento de exclusão irremediável que faz dele, em vida, um condenado do inferno. Riqueza material e poder mundano nunca são tão distantes, tão incompreensíveis, quanto a amizade de Abel com Deus, que leva Caim ao desespero, ou o misterioso dom do gênio criador, que humilha as inteligências medíocres mesmo quando bem sucedidas social e economicamente. Por trás da inveja vulgar há sempre inveja espiritual.

Mas a inveja espiritual muda de motivo conforme os tempos. A época moderna, explica Lionel Trilling em Beyond Culture (1964), "é a primeira em que muitos homens aspiram a altas realizações nas artes e, na sua frustração, formam uma classe despossuída, um proletariado do espírito."

Para novos motivos, novas dissimulações. O "proletariado do espírito" é, como já observava Otto Maria Carpeaux (A Cinza do Purgatório, 1943), a classe revolucionária por excelência. Desde a Revolução Francesa, os movimentos ideológicos de massa sempre recrutaram o grosso de seus líderes da multidão dos semi-intelectuais ressentidos. Afastados do trabalho manual pela instrução que receberam, separados da realização nas letras e nas artes pela sua mediocridade endêmica, que lhes restava? A revolta. Mas uma revolta em nome da inépcia se autodesmoralizaria no ato. O único que a confessou, com candura suicida, foi justamente o "sobrinho de Rameau". Como que advertidos por essa cruel caricatura, os demais notaram que era preciso a camuflagem de um pretexto nobre. Para isso serviram os pobres e oprimidos. A facilidade com que todo revolucionário derrama lágrimas de piedade por eles enquanto luta contra o establishment, passando a oprimi-los tão logo sobe ao poder, só se explica pelo fato de que não era o sofrimento material deles que o comovia, mas apenas o seu próprio sofrimento psíquico. O direito dos pobres é a poção alucinógena com que o intelectual ativista se inebria de ilusões quanto aos motivos da sua conduta. E é o próprio drama interior da inveja espiritual que dá ao seu discurso aquela hipnótica intensidade emocional que W. B. Yeats notava nos apóstolos do pior (v. "The Second Coming" e "The Leaders of the Crowd" em Michael Robartes and The Dancer, 1921). Nenhum sentimento autêntico se expressa com furor comparável ao da encenação histérica.

Por ironia, o que deu origem ao grand guignol das revoluções modernas não foi a exclusão, mas a inclusão: foi quando as portas das atividades culturais superiores se abriram para as massas de classe média e pobre que, fatalmente, o número de frustrados das letras se multiplicou por milhões.

A "rebelião das massas" a que se referia José Ortega y Gasset (La Rebelión de las Masas, 1928) consistia precisamente nisso: não na ascensão dos pobres à cultura superior, mas na concomitante impossibilidade de democratizar o gênio. A inveja resultante gerava ódio aos próprios bens recém-conquistados, que pareciam tanto mais inacessíveis às almas quanto mais democratizados no mundo: daí o clamor geral contra a "cultura de elite", justamente no momento em que ela já não era privilégio da elite.

Ortega, de maneira tão injusta quanto compreensível, foi por isso acusado de elitista. Mas Eric Hoffer, operário elevado por mérito próprio ao nível de grande intelectual, também escreveu páginas penetrantes sobre a psicologia dos ativistas, "pseudo-intelectuais tagarelas e cheios de pose... Vivendo vidas estéreis e inúteis, não possuem autoconfiança e auto-respeito, e anseiam pela ilusão de peso e importância." (The Ordeal of Change, 1952).

Por isso, leitores, não estranhem quando virem, na liderança dos "movimentos sociais", cidadãos de classe média e alta diplomados pelas universidades mais caras, como é o caso aliás do próprio sr. João Pedro Stedile, economista da PUC-RS. Se esses movimentos fossem autenticamente de pobres, eles se contentariam com o atendimento de suas reivindicações nominais: um pedaço de terra, uma casa, ferramentas de trabalho. Mas o vazio no coração do intelectual ativista, o buraco negro da inveja espiritual, é tão profundo quanto o abismo do inferno. Nem o mundo inteiro pode preenchê-lo. Por isso a demanda razoável dos bens mais simples da vida, esperança inicial da massa dos liderados, acaba sempre se ampliando, por iniciativa dos líderes, na exigência louca de uma transformação total da realidade, de uma mutação revolucionária do mundo. E, no caos da revolução, as esperanças dos pobres acabam sempre sacrificadas à glória dos intelectuais ativistas.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Analfabetovirtual, Rainha da Suécia, Xuxa, Jair Bolsonaro, rede g-LOBO e...

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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

True Outspeak - 21 de dezembro de 2011

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Sem religião não há solução?

fonte: http://blogdomrx.blogspot.com/2011/12/sem-religiao-nao-ha-solucao.html

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Sem religião não há solução?
Às vezes tenho a impressão que o único "way out" para o Ocidente seria com alguma forma de ressurgimento religioso. Afinal, para contrapor-se ao Islã, é preciso alguma outra religião. Para lutar contra uma força, precisa-se de outra contrária, não é mesmo? Lei de Newton aplicada às relações humanas.

Porém, assim como a esquerda odeia o cristianismo mais do que os vampiros, também há uma parte da extrema-direita que o odeia. Acredita ser uma "conspiração judaica" que "enfraqueceu o Ocidente" e "acabou com seu espírito guerreiro". Ah, e que "Jeus era bicha"...

Eu não sei. Embora não seja realmente religioso, boa parte de minha família é cristã praticante. Acredito que sejam pessoas melhores e mais felizes por isso. São com certeza melhores e mais felizes do que eu. A religião, na maior parte dos casos, é motivo de felicidade, ou ao menos de consolo. O cristianismo é uma boa religião. Tende a ser positiva. Existem estudos de caso bem claros: pense nas pessoas da favela, quem se comporta melhor, os "crentes" evangélicos ou os outros?

(Além disso, para os preocupados exclusivamente com questões demográficas, as famílias brancas cristãs tendem a ter mais filhos do que as seculares.)

Mas aí aparece alguém e diz que a religião é apenas um mecanismo de controle social. É o "ópio do povo". Bem. O ópio do povo é o ópio mesmo, ou ao menos o crack. O controle social se dá de modo mais eficaz pela mídia. A religião é uma necessidade humana. Precisamos crer. Em algo.

Disse Chesterton que "quem não acredita em Deus, acaba acreditando em qualquer coisa." É verdade. Na cultura ocidental atual, isso se dá de várias formas. Uma dessas formas é a idolatria dos animais. Ei, adoro animais e sou contrário à sua morte gratuita. Porém, tenho a impressão que hoje certas pessoas se preocupam mais com uma galinha morta para virar sanduíche no McDonalds do que com uma jovem estuprada, torturada e morta por facínoras. No Facebook, chovem fotos e frases sobre animaizinhos em perigo. Acabo de descobrir, por exemplo, que jogar chiclete no chão pode ser perigosíssimo: certos passarinhos podem comer o chiclete e morrer sufocados. E eu que achava que não se devia jogar no chão só para não sujar as ruas... Mas jamais vi alguém postando no Facebook com indignação sobre algum crime cometido por minorias.

(Falando em idolatria de animais, a última moda em Los Angeles parece ser a de levar cães e até gatos para passear, não na coleira, mas em carrinhos de bebê. Essa moda já chegou aí? Não se preocupem, vai chegar.)

O progressismo só evoluiu tanto graças à decadência da religião na esfera pública, aliás, o progressismo hoje é uma forma de religião. Observem aqui Antônio Cândido, ainda sonhando com o triunfo do comunismo. Se Churchill dizia que "quem não é socialista antes dos 30 não tem coração, quem é socialista depois dos 30 não tem cabeça", o que pensar de um comuna de 93 anos? E não é o único, o Oscar Niemeyer já tem mais de 100, Eric Hobsbawn tá com 95, Fidel Castro ainda não bateu as botas, etc. Comunista vive muito! Qual será o segredo?

Para outros, a alternativa à religião é o consumismo desenfreado. A sociedade americana é de fato muito materialista. Compensa-se o vazio existencial e moral com a compra de um carro ou uma televisão de 80 polegadas. Curiosamente, as classes baixas são às vezes as mais ávidas. Traficante e negão do gueto adora roupa de marca. Favelado pode não ter um banheiro decente, mas tem uma boa televisão. Nas recentes compras de fim de ano, mexicanos-americanos literalmente lutaram entre si aos chutes e pontapés pelos produtos nas prateleiras. Uma senhora até usou spray de pimenta contra os outros compradores. Mas sejamos sinceros, pobres, classe média e ricos, todos são extremamente materialistas e consumistas, só muda a qualidade daquilo que podem adquirir. Até entendo a busca de conforto e qualidade de vida, mas muitos, ou provavelmente a maioria, querem apenas símbolos de status, além de qualquer utilidade. É uma forma de tentar se diferenciar. Vanitas vanitatum, omnia vanitas.

Qual a solução?

Talvez não haja solução nenhuma. No fundo, o que eu gosto no cristianismo é que diz que "meu Reino não é deste mundo", e que aceita que a humanidade é falha e imperfeita. Não está a nós querer mudar o mundo e transformá-lo numa utopia impossível. Devemos apenas tentar ser boas pessoas. É só.

Enfim. Apenas pensamentos desconexos em uma tarde um pouco inútil. Feliz Natal a todos, e bom 2012.