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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Sem religião não há solução?

fonte: http://blogdomrx.blogspot.com/2011/12/sem-religiao-nao-ha-solucao.html

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Sem religião não há solução?
Às vezes tenho a impressão que o único "way out" para o Ocidente seria com alguma forma de ressurgimento religioso. Afinal, para contrapor-se ao Islã, é preciso alguma outra religião. Para lutar contra uma força, precisa-se de outra contrária, não é mesmo? Lei de Newton aplicada às relações humanas.

Porém, assim como a esquerda odeia o cristianismo mais do que os vampiros, também há uma parte da extrema-direita que o odeia. Acredita ser uma "conspiração judaica" que "enfraqueceu o Ocidente" e "acabou com seu espírito guerreiro". Ah, e que "Jeus era bicha"...

Eu não sei. Embora não seja realmente religioso, boa parte de minha família é cristã praticante. Acredito que sejam pessoas melhores e mais felizes por isso. São com certeza melhores e mais felizes do que eu. A religião, na maior parte dos casos, é motivo de felicidade, ou ao menos de consolo. O cristianismo é uma boa religião. Tende a ser positiva. Existem estudos de caso bem claros: pense nas pessoas da favela, quem se comporta melhor, os "crentes" evangélicos ou os outros?

(Além disso, para os preocupados exclusivamente com questões demográficas, as famílias brancas cristãs tendem a ter mais filhos do que as seculares.)

Mas aí aparece alguém e diz que a religião é apenas um mecanismo de controle social. É o "ópio do povo". Bem. O ópio do povo é o ópio mesmo, ou ao menos o crack. O controle social se dá de modo mais eficaz pela mídia. A religião é uma necessidade humana. Precisamos crer. Em algo.

Disse Chesterton que "quem não acredita em Deus, acaba acreditando em qualquer coisa." É verdade. Na cultura ocidental atual, isso se dá de várias formas. Uma dessas formas é a idolatria dos animais. Ei, adoro animais e sou contrário à sua morte gratuita. Porém, tenho a impressão que hoje certas pessoas se preocupam mais com uma galinha morta para virar sanduíche no McDonalds do que com uma jovem estuprada, torturada e morta por facínoras. No Facebook, chovem fotos e frases sobre animaizinhos em perigo. Acabo de descobrir, por exemplo, que jogar chiclete no chão pode ser perigosíssimo: certos passarinhos podem comer o chiclete e morrer sufocados. E eu que achava que não se devia jogar no chão só para não sujar as ruas... Mas jamais vi alguém postando no Facebook com indignação sobre algum crime cometido por minorias.

(Falando em idolatria de animais, a última moda em Los Angeles parece ser a de levar cães e até gatos para passear, não na coleira, mas em carrinhos de bebê. Essa moda já chegou aí? Não se preocupem, vai chegar.)

O progressismo só evoluiu tanto graças à decadência da religião na esfera pública, aliás, o progressismo hoje é uma forma de religião. Observem aqui Antônio Cândido, ainda sonhando com o triunfo do comunismo. Se Churchill dizia que "quem não é socialista antes dos 30 não tem coração, quem é socialista depois dos 30 não tem cabeça", o que pensar de um comuna de 93 anos? E não é o único, o Oscar Niemeyer já tem mais de 100, Eric Hobsbawn tá com 95, Fidel Castro ainda não bateu as botas, etc. Comunista vive muito! Qual será o segredo?

Para outros, a alternativa à religião é o consumismo desenfreado. A sociedade americana é de fato muito materialista. Compensa-se o vazio existencial e moral com a compra de um carro ou uma televisão de 80 polegadas. Curiosamente, as classes baixas são às vezes as mais ávidas. Traficante e negão do gueto adora roupa de marca. Favelado pode não ter um banheiro decente, mas tem uma boa televisão. Nas recentes compras de fim de ano, mexicanos-americanos literalmente lutaram entre si aos chutes e pontapés pelos produtos nas prateleiras. Uma senhora até usou spray de pimenta contra os outros compradores. Mas sejamos sinceros, pobres, classe média e ricos, todos são extremamente materialistas e consumistas, só muda a qualidade daquilo que podem adquirir. Até entendo a busca de conforto e qualidade de vida, mas muitos, ou provavelmente a maioria, querem apenas símbolos de status, além de qualquer utilidade. É uma forma de tentar se diferenciar. Vanitas vanitatum, omnia vanitas.

Qual a solução?

Talvez não haja solução nenhuma. No fundo, o que eu gosto no cristianismo é que diz que "meu Reino não é deste mundo", e que aceita que a humanidade é falha e imperfeita. Não está a nós querer mudar o mundo e transformá-lo numa utopia impossível. Devemos apenas tentar ser boas pessoas. É só.

Enfim. Apenas pensamentos desconexos em uma tarde um pouco inútil. Feliz Natal a todos, e bom 2012.

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