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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O erro da teoria científica de Stephen Hawking

via perspectivas de O. Braga em 06/09/10

No seguimento deste postal, gostaria de colocar o problema do novo livro de Stephen Hawking de uma forma um pouco diferente.

O problema do ateísmo é ético, moral e político, e nada tem a ver com a ciência. Juntam-se uma data de maduros para lutar contra Aquele que eles dizem que não existe.
Uma teoria científica não é necessariamente verdadeira. Seria verdadeira não só se os dados que a constituem estivessem definitivamente estabelecidos, mas também se ela pudesse ser induzida logicamente de dados. De facto, não há lógica indutiva onde os factos produzem uma teoria; as teorias não são oriundas de dados: são sistemas lógicos de ideias que o espírito humano aplica aos dados para os justificar de uma maneira racional.
O raciocínio desenvolvido no parágrafo anterior é produto ou consequência do princípio da refutabilidade de Karl Popper.
Uma teoria é, pois, científica, não só porque parece justificar ou explicar dados ou fenómenos a que se aplica, mas essencialmente porque oferece os meios da sua própria refutação. Ou seja, uma teoria é científica não por ser verdadeira mas porque ela (a teoria) permite demonstrar o seu eventual erro. Se uma teoria que fornece os meios da sua refutação se torna à prova de erro, ela é considerada válida até que alguém consiga vislumbrar um erro.


Foi o que aconteceu com a teoria de Einstein sobre a velocidade da luz (foi refutada), que ele considerou como sendo a velocidade máxima no universo: hoje, a física já sabe que a velocidade da luz não é a velocidade máxima possível no universo; e por isso, essa parte da teoria de Einstein foi revogada e é aplicada somente à parte do universo sujeita ao “muro de luz” — ou à “barreira da luz”.
Da mesma forma que um avião supersónico encontra uma “barreira do som”, a “barreira da luz” é o limite máximo ou fronteira das partículas atómicas (que são matéria porque têm massa) que se organizam através da força gravitacional. Contudo, essa organização das partículas está longe de ser obra exclusiva da gravidade, mas depende também (e que se conheça, porque não sabemos se existem outras forças no universo) da força quântica que é aquela que, agindo através da incerteza (princípio da incerteza de Heisenberg), impede as coisas de serem localizadas.
Vamos partir do princípio de que a teoria de Hawking tem si os meios da sua refutação. Neste caso, a teoria de Stephen Hawking recentemente publicada no seu novo livro seria científica no exacto sentido em que podemos todos verificar, desde logo, o seu erro; sendo a ciência biodegradável, a nova teoria de Stephen Hawking foi para o lixo momentos depois de ter sido publicada, ou seja, a nova teoria de Hawking não resistiu ao escrutínio da lógica. Em suma, uma teoria pode ser científica e estar errada.

A única pessoa que ganhou alguma coisa nisto tudo foi o próprio Hawking que se abotoou com milhões de dólares com a venda de um livro com uma teoria que, em termos científicos, morreu à nascença. Portanto, não se trata de uma teoria científica mas de uma tentativa de lucrar com o mito ateísta, por um lado, e de servir, de uma forma canina, a política correcta e o marxismo cultural, por outro.

Mas será que a teoria de Hawking tem em si os meios da sua refutação ? Aqui, dividem-se as opiniões. Os teólogos dizem quem não, que a teoria de Hawking não é científica porque não dispõe dos meios necessários à sua refutação; os cientistas quânticos — como Amit Goswami — dizem que sim, que a teoria de Hawking é científica e é refutada pela própria lógica aplicada à teoria. No primeiro caso, o Jairo Entrecosto explica bem o problema filosófico clássico. O que eu pretendo fazer aqui é complementar o raciocínio do Jairo com a filosofia quântica.

Poderá acontecer que Hawking se baseie na teoria do Multiverso para escrever o que escreveu: mas mesmo assim, a sua teoria contém, pelo menos, um erro que é inerente à própria concepção de Multiverso.
As conexões buracos-negros/buracos-brancos (ou os túneis de minhoca) não significam necessariamente a existência de um Multiverso. Embora os buracos negros e os buracos brancos estejam ligados, eles não são o “mesmo buraco”, devido ao fenómeno da não-localidade. Os túneis de minhoca pertencem à realidade da onda quântica e à realidade da não-localidade — e não já à realidade da partícula e da matéria sujeita à fórmula E=Mc^2.
Caso existam outros universos, o único acesso possível a esses universos, e a partir do nosso universo, é através da noção de não-localidade que implica o conceito de Além-espaço-tempo. Portanto, a noção de um universo em expansão que implica o Big Bang é independente da noção de um eventual Multiverso — o nosso universo tem uma realidade própria e independente.
E depois temos outro problema: a segunda lei da termodinâmica ou entropia. A lei da entropia define que qualquer sistema isolado [com o tempo] tende para a desordem e para o aleatório. O problema do Multiverso (teoria de cordas) é que parte do princípio de que o nosso universo — em conjunto com os outros universos — é, em termos práticos, eterno. A não ser que a segunda lei da termodinâmica esteja errada, e sendo universo considerado infinitamente antigo, este já teria desaparecido devorado pelo seu próprio calor gerado pela aleatoriedade e pela desordem.
Porém, a ironia absurda desta teoria é que se concebe um universo eterno e se recusa a ideia de um criador eterno (Deus).
Outra teoria mais recente sobre o Multiverso escora-se no fluxo duplo quântico e biunívoco que provém do Além-espaço-tempo e a ele regressa novamente, através do conceito de “espuma quântica” de John Wheeler. Porém, esta teoria não é científica porque não oferece os meios da sua refutação — tanto podemos considerar o Além-espaço-tempo como um outro universo, como a dimensão espiritual que se aproxima da realidade de Deus.
Chegados aqui, verificamos que a crença em Deus é mais científica do que as teorias que se pretendem criar para O refutar — porque parte do princípio da navalha de Occam : não complicar o que é simples, e seguir, entre teorias com várias hipóteses, aquela que tem menos hipóteses ou até uma única hipótese. A crença em Deus é a aplicação dos Caminhos de Acção Mínima da razão, à ética humana.
O problema do ateísmo é ético e moral, e nada tem a ver com a ciência. Juntam-se uma data de maduros para lutar contra Aquele que eles dizem que não existe :smile: !. Se um dia as religiões disserem que “ser homossexual é o máximo”, e que “abortar faz bem à saúde”, vamos ver uma data de ateus a ir à missa ao domingo.

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