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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A igreja católica não defende a pena-de-morte

Fonte: http://espectivas.wordpress.com/2010/07/28/a-igreja-catolica-nao-defende-a-pena-de-morte/

Defender a pena de morte em nome da tradição católica e invocando S. Tomás de Aquino ou Santo Agostinho, é um absurdo. Quem ler esses católicos pensará que S. Tomás de Aquino frequentava a pastelaria Brasileira (à praça do Rossio) há meia dúzia de anos atrás, e que gostava de visitar o santuário de Fátima.
S. Tomás de Aquino nasceu no primeiro quartel do século XIII !!! (porra!!) S. Tomás de Aquino é contemporâneo do rei D. Sancho II, que foi o nosso quarto rei.
A razão porque a igreja medieval — e o próprio S. Tomas de Aquino — defendeu a pena de morte liga-se com a mesma razão porque o fizeram os antigos judeus: não existiam prisões. Os judeus antigos eram um povo nómada, e os nómadas, exactamente na medida em que deambulam de um lado para outro, não podem ter uma tradição de encarceramento dos seus criminosos. Com a ocupação dos pagãos romanos, a tradição da pena de morte manteve-se em todo o império romano.
Na Europa medieval não existiam praticamente prisões. Por exemplo, a Torre de Londres (construída em 1066) só passou a servir de prisão a partir do século XII (antes disso, decapitavam os criminosos porque não existiam prisões), e mesmo este tipo de edifícios era muito raro na Europa.
O castelo da Bastilha foi construído no século XIV (durante a guerra dos Cem Anos) mas não serviu de prisão senão a partir do fim da guerra (meados do século XV).
Contudo, edifícios como a Torre de Londres ou a Bastilha eram muitíssimo raros em toda a Europa. Só a partir de finais do século XVIII é que as prisões se tornaram comuns na Europa.
Em uma encíclica de 1995, o Papa João Paulo II opôs-se à pena de morte, exactamente porque esta já não faz sentido — já existem prisões e já não vivemos em uma sociedade nómada.
Naturalmente que nem sequer vou invocar aqui argumentos éticos; fico-me pelos factos e pela lógica. Porém, não deixo de ficar com os cabelos em pé com alguns “católicos” que pretendem voltar à idade da pedra — são esses “católicos” que dão razão aos ateus.

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