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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Falsos Ídolos

O texto e a carta completarão sete anos, mas serve de reflexão.
Como alguém que saiba realmente toda a história de Ernesto Guevara de la Serna (Che Guevara) pode se quer admirá-lo?
Só há duas opções, ou está com suas faculdades mentais totalmente distorcidas ignorando totalmente a realidade ou acha que pregar uma revolução utilizando de violência e morte resolve alguma situação.

O estupro intelectual da infância
(Carta de Miguel Nagib ao professor Iomar)


Esta é a carta que um pai, cansado de ver a filha e suas colegas usadas como platéia dócil para a propaganda comunista num colégio de Brasília, enviou ao responsável por esse abuso intelectual de menores. É um documento humano da maior relevância para a compreensão da atual loucura brasileira.

O professor ensinava às meninas que Che Guevara era um santo do mesmo estofo moral de Francisco de Assis. Mas o que pode haver de comum, perguntava o remetente, entre o místico que professava: “Onde houver ódio, que eu leve o amor”, e o revolucionário sangrento que ensinava seus seguidores a transformar-se, pelo cultivo sistemático do ódio, em “eficientes e frias máquinas de matar”?

A resposta, evidentemente, não se encontra nem nos escritos de São Francisco, nem nos de Che Guevara. Encontra-se nos “Cadernos do Cárcere” de Antonio Gramsci, onde se ensina que a Igreja não deve ser combatida, mas esvaziada de seu conteúdo espiritual e usada como caixa de ressonância da propaganda comunista. Suprimido o conteúdo do seu discurso, esvaziado da fé cristã, da caridade, da obediência a Deus, reduzido ao estereótipo banal do jovem rico que abandona a família para ir falar aos pobres, Francisco torna-se indiscernível de Guevara. Eis o ensinamento de Antonio Gramsci transformado em prática pedagógica.
O atual ministro da Educação, sr. Christovam Buarque, não há de querer alegar que a conduta do professor de Brasília é um caso isolado. A mentira perversa que esse cidadão inocula em suas alunas é doutrina oficial ou pelo menos oficiosa do governo brasileiro, condensada na “teologia da libertação”, personificada no guru presidencial Frei Betto e retransmitida diariamente a milhões de crianças brasileiras nas escolas públicas e particulares. Que uma delas tente objetar, mesmo timidamente, e saberá o que é ser alvo de discriminação, de intimidação psicológica, quando não da ameaça explícita de ver sua carreira escolar arruinada.

O método pedagógico implantado neste país é o do estupro intelectual, calculado por Antonio Gramci para alcançar suas vítimas numa idade em que seus cérebros não estejam prontos para reagir criticamente a um assédio publicitário incansável e brutal.

Mas os manipuladores não se contentam com a propaganda doutrinária. Passam à arregimentação ativa, usando seus alunos como exército de reserva para engrossar passeatas convocadas pelo partido governista ou pela rede internacional de ONGs esquerdistas milionárias, que, mui gramscianamente, se autodenomina “a sociedade civil organizada”, ou seja, o Partido sob outro nome. Aí, também, a indocilidade custa caro ao aluno. Um de meus próprios filhos já foi vítima disso.

As escolas brasileiras, sustentadas com o dinheiro de nossos impostos ou de nossas mensalidades, transformaram-se em centros de adestramento da juventude comunista, ou fascista, já quase pronta para denunciar os pais à autoridade constituída quando ouvir em casa alguma conversa politicamente imprudente.

O que não posso, em sã consciência, é lançar a culpa de tudo no sr. Christovam Buarque. Seu antecessor no cargo já fez o possível para aplanar os caminhos do demônio. O sr. Buarque é apenas o feliz herdeiro e administrador desse legado macabro.

Olavo de Carvalho
19 de setembro de 2003

Carta ao Professor Iomar

por Miguel Nagib
19 de setembro de 2003



Senhor,
Fazei de mim um instrumento de vossa paz !
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvida, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz !
Ó Mestre,
fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado.
Compreender, que ser compreendido.
Amar, que ser amado.
Pois é dando, que se recebe.
Perdoando, que se é perdoado e
é morrendo, que se vive para a vida eterna !

Onde, Professor Iomar, pôde o senhor encontrar alguma semelhança entre o Santo a quem são atribuídos esses versos e o monstro que pronunciou as seguintes palavras:

"O ódio como fator de luta. O ódio intransigente ao inimigo, que impulsiona além das limitações naturais do ser humano e o converte em uma efetiva, violenta, seletiva e fria máquina de matar. Nossos soldados têm que ser assim. Um povo sem ódio não pode triunfar sobre um inimigo brutal.” ?

Que diabos o senhor tinha em mente ao comparar São Francisco de Assis a Ernesto “Che” Guevara? O senhor enxerga, realmente, uma afinidade entre esses dois personagens, ou a tentativa de associá-los visou apenas a reforçar, na imaginação dos seus alunos, o estereótipo romântico do guerrilheiro comunista?

Venho acompanhando há algum tempo o seu incansável esforço para doutrinar ideologicamente as crianças do Sigma, impingindo às suas frágeis consciências a visão que o senhor tem do mundo; e sei que para atingir esse objetivo – que o senhor certamente acredita ser necessário para a “construção de um mundo melhor” –, o senhor não hesita em aplicar à complexa disciplina que leciona o modelo de narrativa das histórias infantis, onde o Mal jamais se confunde com o Bem.

Assim, na história que o senhor ensina, a Idade Média é “do mal” e o Iluminismo é “do bem”; os capitalistas são “do mal” e os socialistas são “do bem”; os conservadores são “do mal” e os revolucionários são “do bem”; os Estados Unidos são “do mal”, a ONU e Cuba são “do bem”, e por aí vai.

Ora, direis, se as crianças gostam e aprendem, por que não? Além disso, não podemos esquecer que o senhor é um idealista e que o seu objetivo não é propriamente transmitir aos alunos um conhecimento objetivo sobre o passado, mas capacitá-los a “transformar o mundo”, não é verdade? Daí a necessidade de fornecer-lhes aquele conjuntinho básico de certezas que eles mais tarde vão poder usar numa mesa de botequim, num almoço em família, ou quem sabe até na vida pública. O senhor pensa longe, Professor.

Sei de tudo isso e se até hoje não procurei o senhor e a direção do colégio para discutir pessoalmente essa pedagogia de cabo eleitoral foi, primeiro, para não expor meus filhos a uma possível retaliação e, segundo, por estar ciente de que esse contato, afinal de contas, resultaria inútil, já que, na melhor das hipóteses, o senhor seria substituído por outro militante – a companheira Mariah, por exemplo, que tanto fez em sala de aula, no ano passado, pela eleição de nosso atual Presidente – e tudo ficaria na mesma, se é que não pioraria.

Mas com essa absurda comparação o senhor, francamente, passou dos limites. Afirmar a existência de uma semelhança entre um dos santos mais amados da Igreja e um assassino frio e calculista, um apologista do ódio, do qual os seus pobres alunos – e talvez o senhor mesmo – não conhecem mais do que a foto de Alberto Korda e o meloso “hay que endurecerse...”, é ir longe demais; é abusar do direito, que o senhor decerto acha que tem, de mentir para os alunos a pretexto de forjar neles uma “consciência crítica” – que é como vocês, militantes, se referem ao processo de envenenamento das almas desses jovens mediante a inoculação do marxismo mais grosseiro – e contribuir, desse modo, para a tal “construção de uma sociedade mais justa”.

“É inevitável que haja escândalos”, advertia Jesus Cristo, “mas ai daquele que os causar! Melhor lhe fora ser lançado ao mar com uma pedra de moinho enfiada no pescoço do que escandalizar um só destes pequeninos. Acautelai-vos!”

“Che” Guevara era tão parecido com Francisco de Assis quanto um discípulo de satanás se parece com um discípulo de Nosso Senhor.
De família rica, São Francisco de Assis abraçou a pobreza para levar amor onde houvesse ódio; “Che” Guevara largou tudo para levar o ódio a toda parte. São Francisco olhava para o Céu; “Che” Guevara não olhava senão para sua utopia materialista. O Santo dedicou sua vida ao Evangelho; o guerrilheiro, à mais assassina das ideologias. Amigo de Deus, São Francisco ajudou a edificar o Seu Reino; amigo de Fidel – que o traiu, enviando-o para a morte na selva boliviana –, “Che” Guevara ajudou a implantar o único regime totalitário da história da América Latina e uma das ditaduras mais antigas do planeta.

Professor Iomar, a despeito de sua militância e de seus compromissos político-partidários, que eu respeito, o senhor ainda é um educador e talvez conserve em sua alma um resto de amor à Verdade. Pois bem. Em nome desse sentimento, gostaria de pedir-lhe para dizer aos seus alunos apenas isto: que Ernesto “Che” Guevara não tem nada a ver com Francisco de Assis.

Obrigado,
Miguel Nagib
m.nagib@uol.com.br

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