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segunda-feira, 25 de novembro de 2013
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Sem entrar em um tom sensacionalista que geralmente vemos em muitos
sites e vídeos pela internet, conheça alguns dados muito interessantes
sobre o Nióbio. Saiba também (no artigo ao fim do post), como os Moreira
Salles se tornaram a família mais rica do Brasil com o monopólio do
Nióbio.
1. As chapas de ferro-nióbio são o principal dos produtos do
nióbio nas exportações brasileiras, tendo totalizado US$ 4,8 bilhões, de
1996 a 2013. Somamos os dados, ano a ano, que estão na tabela do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
2. O mercado é fechado, estando concentrado em poucas empresas
importadoras e pouquíssimas empresas exportadoras. São transações entre
empresas dos mesmos grupos ou entre grupos associados. A CBMM, de Araxá,
que exporta 90% do total, vende o produto às suas próprias subsidiárias
no exterior.
3. O preço seria muito mais alto, se houvesse mercados abertos ou
algum tipo de concorrência, a não ser entre indústrias utilizadoras do
metal.
4. A Bolsa de Metais de Londres não informa sobre negociações com
o nióbio. Muitas fontes dizem que o nióbio não é negociado nessa bolsa
nem em outras.
5. Encontrei na internet notícia recente, 6 de setembro, da Bolsa
de Metais de Bejing (Pekim) nestes termos:“Os preços do nióbio metálico
a 99,9% de pureza permanecem estáveis em 115 a 120 dólares por quilo,
na Comunidade de Estados Independentes” [Rússia, Ucrânia e outros].
6. Guardei também uma cotação, de 22.01.2011, do sítio eletrônico Chemicool/ elements/ niobium,
de nióbio puro (óxido de nióbio), a US$ 18.00 por 100 g = US$ 180.00
por quilo. Além disso, outra, do mesmo ano, em que a barra de nióbio era
cotada a US$ 315,70 por quilo.
7. Isso é mais de 10 vezes o preço oficial da exportação
brasileira desse insumo, i.é., US$ 30,00 por quilo, no último ano. Já o
preço oficial da chapa de ferro-nióbio é menor ainda (R$ 25,00), mesmo
porque não se refere propriamente ao nióbio incorporado às chapas de
ferro-nióbio, nas quais o conteúdo de nióbio é diminuto, embora
suficiente para lhes dar qualidade muitíssimo acima das outras ligas
metálicas.
8. Para ter uma ideia, o preço oficial das exportações das chapas
de ferro-silício e ferro-manganês, têm estado em US$ 1,77 e US$ 2,25,
respectivamente. Dez vezes inferiores aos do ferro-nióbio.
9. Embora o óxido de nióbio tenha muito valor no exterior,
mormente transformado, após o processo de redução, ele é de pouca
significação nas exportações oficiais brasileiras. O valor oficial de
suas vendas ao exterior quase dobrou de 2009 para 2010, mas não é
expressivo: foi para US$ 44 milhões, com preço médio de US$ 30,00, para
quase 1.500 toneladas.
10. Esse preço de um produto processado em pouco supera o do
minério bruto, que vem associado ao tântalo e ao vanádio. As exportações
oficiais desse minério chegaram, em 2012, a quase US$ 50 milhões, com
valor unitário de US$ 24,00.
11. Note-se que as mineradoras instaladas no Brasil, a CBMM e a
Anglo-American, têm, com as chapas de ferro-nióbio, receita 36 vezes
maior que a obtida com o minério bruto e 41 vezes maior que a obtida com
o óxido de nióbio, mesmo contando-se só suas provavelmente subfaturadas
exportações.
12. Devem isso à iniciativa do professor Bautista Vidal, titular,
nos anos 70, da Secretaria de Tecnologia Industrial. Ele mobilizou
técnicos para criar o processo de incorporar o óxido às ligas metálicas,
através do Departamento de Engenharia de Materiais - da Escola de
Engenharia de Lorena- USP.
13. As exportações oficiais das chapas de ferro-nióbio certamente
não chegam a US$ 6 bilhões, desde que começaram, nos anos 80, até hoje.
Pois, em 1996, o volume ainda era diminuto, e os preços, muito baixos.
De então até 2013, conforme a Tabela do MDIC, foram US$ 4,8 bilhões.

Mineração da CBMM/Grupo Moreira Salles e Anglo American em Araxá
14. Causa, pois surpresa esta notícia da Agência Bloomberg, dos EUA, publicada em 03/03/2013, no Valor Econômico:
Família mais rica do Brasil fez US$ 13 bilhões com o sonho do nióbio.
15. Nela foi reportado:
Ela [a CBMM, Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração] vale pelo
menos US$ 13 bilhões, baseado na venda da família de uma parte de 30%
para um grupo de produtores de aço asiático por US$ 3,9 bilhões em 2011.
16. O dado mais notável da notícia da Bloomberg/Valor Econômico é este:
(...) os herdeiros de Moreira Salles, a família mais rica do Brasil,
seus quatro filhos, Fernando, Pedro, João e Walter, controlam uma
fortuna combinada de US$ 27 bilhões, segundo o “Bloomberg Billionaires
Índex”.
17. Levando em conta que o outro patrimônio mais importante do
grupo Moreira Salles era o UNIBANCO, um banco que, há alguns anos,
entrou em dificuldades e foi absorvido pelo Itaú, parece nebuloso como
foi possível acumular US$ 27 bilhões, com os lucros decorrentes
fundamentalmente das exportações de nióbio, valoradas conforme as cifras
oficiais.
18. De fato, os lucros disso para a CBMM não poderiam passar muito de US$ 1 bilhão, diante destes fatos:
1. faturamento de $ 6 bilhões;
2. mesmo que os lucros tivessem sido sempre 50% do faturamento, não passariam de US$ 3 bilhões;
3. até 2007, a CBMM só tinha 50% das ações, além de que a tecnologia
e o provável controle serem da Molybdenum Corp; dos EUA, do grupo
Rockefeller;
4. desde 2011, há grupos siderúrgicos asiáticos com 30% de participação na CBMM;
5. a CODEMIG (estatal de Minas Gerais) tem 25% de participação nos “lucros operacionais” da CBMM;
6. 10% das exportações oficiais provêm da Anglo-American.
19. Com cerca de US$ 1 bilhão de lucros acumulados, e mais os US$
3,9 bilhões da venda de 30% do capital da CBMM, admitindo que tenham
ido inteiramente para o grupo Moreira Salles, ainda se fica muito longe
dos US$ 27 bilhões referidos na notícia mencionada.
20. Fica, pois, demonstrado que o Brasil está longe de ter, em
seu proveito, as receitas reais ou, no mínimo, as receitas reais
possíveis, da extração de seu subsolo de um metal tão precioso e
estratégico como o nióbio.
21. A Constituição nasceu com deficiências, e até fraudes, como a
que privilegia o serviço da dívida, e foi sendo emendada, quase que
invariavelmente, para pior. E o que tem de bom, fica, nas atuais
condições, sem serventia. Exemplo: a propriedade do subsolo e dos
recursos minerais definidos como bens da União (art. 20, VIII, IX e X).
22. Seria a base para garantir o interesse do País nessa área.
Entretanto, o Estado tornou-se demissionário: praticamente tudo é objeto
de concessões. No caso da principal reserva de nióbio, a União a cedeu
ao Estado de Minas. Este, depois de mais de trinta anos de concessão à
CBMM, renovou-a, em 2003, por mais 30 anos, sem licitação.
23. Cabe indagar por que as coisas são assim? Creio que vêm de
longe e se foram agravando. Aí pelos anos 50, alguns líderes ainda
tentavam consolidar a consciência dos interesses nacionais, e o País
fazia progressos para o desenvolvimento. Nisso, o País sofreu
intervenções, como a conspiração que derrubou Vargas em 1954. Logo após
esse golpe, foram dados privilégios às empresas transnacionais, cujos
cartéis foram esmagando, em crescente quantidade, promissoras indústrias
nacionais.
24. Isso acentuou-se sob JK, com a mesma política de atração de
capitais estrangeiros, a qual fez implantar o cartel da indústria
automobilística. Esse, até hoje, produz déficits externos e ainda se
ceva de isenções fiscais e subsídios da União, dos Estados e dos
Municípios.
25. Ora, a desnacionalização implica inviabilizar o
desenvolvimento tecnológico e faz que o apoio governamental à ciência e a
tecnologia seja, na maior parte, desperdiçado, pois as tecnologias só
se desenvolvem em empresas atuantes no mercado. E dele as nacionais têm
hoje poucos nichos. A consequência é a desindustrialização, entendida
não só como regressão à produção primária, mas também como confinamento
da indústria a produções de baixo valor agregado.
26. Os capitais estrangeiros tornaram-se dominantes inclusive na
informação, nas comunicações e na política. As políticas passaram a ser
desenhadas no seu interesse. Entre os inumeráveis exemplos, está a lei
Kandir, que isenta a exportação, inclusive de produtos primários, de
IPI, ICMS e contribuições sociais. Primeiro lei complementar, ela ganhou
mais status em 2003: através de EC, foi incorporada à Constituição.
27. Então, a sociedade fica sem forças para reagir, já que os
empresários industriais nacionais foram dizimados, e os que restam são
acuados por políticas adversas. Tampouco os trabalhadores estão bem
organizados para defenderem o País, o que seria a própria defesa deles.
28. Tivesse o País evoluído nos últimos 59 anos, a economia
ter-se-ia diversificado para patamares crescentes de intensidade
tecnológica, e, como no quartzo para os chips e a eletrônica avançada, o
nióbio estaria sendo utilizado, em grande escala, nos bens de
altíssimo valor agregado.
Nióbio - Características Físico-Químicas do elemento
29. Nesse caso, não estaríamos falando das perdas atuais com
subpreços. Nem precisaríamos lembrar que nosso percentual da oferta do
nióbio é muito maior que a de todos os membros da OPEP, juntos, no
tocante ao petróleo. Poderíamos criar a Bolsa do Nióbio e defender seus
preços.
30. E ganharíamos centenas de vezes mais ao fabricarmos bens de
elevada tecnologia, competitivos, livres dos cartéis e de grupos
concentradores.
31. Esse padrão de desenvolvimento e de consciência dos
interesses nacionais, por parte das lideranças políticas, faria
conhecer o real valor do nióbio e de outros recursos naturais, e,
assim, eles não seriam alienados por praticamente nada. O Brasil teria
também ganhado poder suficiente para defender seu povo e seus bens.
Notas de rodapé:
1. a CBMM pertence à holding financeira, Brasil Warrants,
originalmente Brazilian Warrants, adquirida em Londres, a qual seria
controlada pela família Moreira Salles;
2. documentos oficiais classificam como de seu interesse
estratégico dos EUA as reservas de nióbio situadas em Araxá (MG),
concedidas à CMBB e Catalão (GO), à mineradora britânica Anglo-American.
[*]
Adriano Benayon: Consultor em finanças e em biomassa. Doutor
em Economia, pela Universidade de Hamburgo, Bacharel em Direito, pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. Diplomado no Curso de
Altos Estudos do Instituto Rio Branco, Itamaraty. Diplomata de carreira,
postos na Holanda, Paraguai, Bulgária, Alemanha, Estados Unidos e
México. Delegado do Brasil em reuniões multilaterais nas áreas econômica
e tecnológica. Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal na área de economia. Professor da Universidade de
Brasília (Empresas Multinacionais; Sistema Financeiro Internacional;
Estado e Desenvolvimento no Brasil). Autor de Globalização versus
Desenvolvimento, 2ª ed. Editora Escrituras, São Paulo.
Nióbio faz dos Moreira Salles a família mais rica do Brasil
Nióbio: hoje, o metal é usado em um décimo de toda a produção de aço mundial, em automóveis, oleodutos e turbinas de avião
São Paulo - Em 1965, o Almirante
Arthur W. Radford, da Marinha americana, convenceu
Walther Moreira Salles, banqueiro brasileiro que já havia sido embaixador nos EUA, a colocar dinheiro em um empreendimento para produção de nióbio.
Radford era membro do conselho da mineradora Molycorp Inc., que havia
adquirido direitos sobre depósitos de nióbio em Minas Gerais e precisava
de outro investidor para explorar a mina.
Moreira Salles decidiu comprar uma participação majoritária na operação e
a aposta deu certo. Hoje, o metal é usado em um décimo de toda a
produção de aço mundial, em automóveis, oleodutos e turbinas de avião.
Após adquirir gradualmente a fatia da Molycorp, a família produz hoje 85
por cento do nióbio no mundo.
O domínio desse mercado ajudou a fazer dos herdeiros de Walther Moreira
Salles a família mais rica do Brasil. Os seus quatro filhos -- Fernando,
Pedro, João e Walter – têm uma fortuna combinada de US$ 27 bilhões, de
acordo com o Índice Bloomberg de Bilionários. Os irmãos não aparecem
hoje em nenhum outro ranking internacional de fortunas.
“
Nós criamos o mercado todo”, disse em entrevista em seu escritório em São Paulo
Tadeu Carneiro, presidente da
Cia. Brasileira de Metalurgia & Mineração, a empresa de nióbio da família.
Sobre a mesa dele há um pedaço da liga lustrosa e pesada do metal produzida e vendida pela
CBMM. “
Hoje
você vê como essa empresa é fantástica –- seu valor, os dividendos –-,
mas nós começamos do zero, quando o nióbio era só um sonho de
laboratório.”
A CBMM gera lucro anual superior a US$ 600 milhões, conforme os
resultados financeiros divulgados publicamente. A companhia está
avaliada em pelo menos US$ 13 bilhões, cálculo com base na venda de uma
fatia de 30 por cento pela família a um grupo de siderúrgicas asiáticas
por US$ 3,9 bilhões em 2011.
Estima-se que os irmãos dividem igualmente os 70 por cento restantes, segundo o ranking da Bloomberg.
A fortuna da família na operação de nióbio vale mais do que a participação deles de US$ 7,1 bilhões no
Itaú Unibanco Holding SA, o maior banco da América Latina por valor de mercado, ao qual o nome da família é frequentemente associado.
Por meio da holding
Cia. E. Johnston, cujo controle é dividido
igualmente entre os quatro irmãos, eles possuem 33,5 por cento do
veículo Itaú Unibanco Participações SA, que por sua vez controla 51 por
cento das ações com direito a voto do Itaú, de acordo com documentos
submetidos às comissões de valores mobiliários dos EUA e do Brasil.
Carteira de ativos
Os dividendos da CBMM são sem dúvida um bom negócio, frequentemente
superando 50 por cento do lucro líquido anual, de acordo com resultados
publicados pela empresa no Diário Oficial de Minas Gerais.
Com base numa análise desses pagamentos, do dinheiro distribuído pelo
Itaú Unibanco, de impostos e do desempenho do mercado, a família Moreira
Salles provavelmente é dona de uma carteira de ativos com potencial de
investimento de quase US$ 11 bilhões, segundo o ranking.
Os irmãos Moreira Salles não quiseram fazer comentários sobre sua
fortuna, de acordo com um porta-voz que pediu para não ter o nome
publicado.
Juntos, eles são mais ricos do que os herdeiros do Grupo Votorantim,
liderado por Antônio Ermírio de Moraes, que têm um patrimônio combinado
de US$ 26 bilhões. A pessoa mais rica do Brasil continua sendo o
investidor da Anheuser-Busch InBev NV, Jorge Paulo Lemann, com uma
fortuna de US$ 20,6 bilhões.
A CBMM foi pioneira na tecnologia que faz com que o nióbio fortaleça o aço em escala industrial, disse Carneiro.
O presidente da empresa foi no passado um dos muitos estudantes que
receberam bolsas de doutorado da companhia para explorar os usos do
elemento, que foi descoberto no século 19. Após a formatura, os
bolsistas iam trabalhar na CBMM, aplicando o que aprenderam.
Processo secreto
Atualmente, as técnicas da CBMM são guardadas a sete chaves, a ponto de
as siderúrgicas asiáticas que compraram participação na empresa –- grupo
que inclui a chinesa Baosteel Group Corp. e a japonesa Nippon Steel
& Sumitomo Metal Corp. –- nunca terem recebido permissão para fazer
avaliações técnicas.
“
A CBMM não é uma mineradora, é uma empresa de tecnologia”, disse Carneiro. O metal não é raro, segundo ele. “Raro é o mercado.”
O processo é tão complexo e intensivo em capital que existem apenas
quatro minas de nióbio em operação no mundo todo, apesar dos 300
depósitos conhecidos.
São necessários diversos estágios de refino para transformar uma terra
granulada marrom com teor de nióbio de apenas 3 por cento numa liga de
ferro com pureza de 66 por cento, que é o produto comprado pelas
siderúrgicas globais.
A CBMM processa 750 toneladas por hora nas instalações em Araxá, a cerca de 360 km de Belo Horizonte.
Em média, são necessários somente 200 gramas de liga de nióbio para
fortalecer uma tonelada de aço, permitindo que as siderúrgicas produzam
automóveis mais leves e eficientes e pontes e edifícios mais robustos. O
produto é responsável por 90 por cento da receita da CBMM.
"
Partícula de Deus"
A companhia realiza um processo separado para produzir um pó branco
concentrado de nióbio que é usado em lentes de câmeras e turbinas de
avião.
O pó também está presente nos imãs supercondutores do maior acelerador
de partículas do mundo -- o Grande Colisor de Hádrons, ou LHC, instalado
nos arredores de Genebra – que físicos usaram para tentar observar a
partícula teórica elementar conhecida como Bóson de Higgs, também
chamada “Partícula de Deus”.
“Dá um trabalho louco vender nióbio”, disse Carneiro. Segundo ele, a
CBMM passou mais de duas décadas tentando convencer a China, líder
mundial na produção de aço, a comprar o metal. A aceitação veio
finalmente em 2000. A China hoje compra um quarto da produção da CBMM.
Sem ações na bolsa
É a visão e o planejamento de longo prazo que explicam porque a empresa
não tem planos de lançar ações na bolsa, uma operação que a colocaria
sob a pressão dos investidores por resultados no curto prazo, disse
Carneiro.
Outro motivo para não vender ações é que a CBMM não precisa de dinheiro,
disse ele. Sua margem de lucro de 37 por cento faz dela uma das 10 mais
lucrativas mineradoras com valor de mercado de pelo menos US$ 1 bilhão,
de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A receita ficou em R$
3,8 bilhões em 2012, afirmou Carneiro.
O mais velho dos irmãos Moreira Salles, Fernando, de 66 anos, é o
presidente do conselho da empresa e está envolvido de perto na sua
gestão, segundo Carneiro. Pedro, 53 anos, que sofre de distrofia
muscular, preside o conselho do Itaú Unibanco e integra o conselho da
CBMM.
As raízes da família no setor bancário remontam a 1924, quando João
Moreira Salles, que tocava uma casa de secos e molhados em Minas Gerais,
decidiu abrir a Casa Bancária Moreira Salles e passou a financiar a
expansão de cafezais nas décadas de 1930 e 1940.
Chanel No. 5
Após a morte de João, seu filho Walther foi ampliando gradualmente a
instituição financeira até transformá-la no gigante conhecido como
Unibanco. O banco já era um dos maiores do Brasil em 2008, quando foi
comprado pelo Itaú, controlado pelas famílias Villela e Setúbal.
Os dois outros filhos de Walther Moreira Salles fizeram carreira no
mundo das artes, dando continuidade a outra tradição familiar. Walter
Salles, 56 anos, dirigiu os filmes “Na Estrada”, com base no livro de
Jack Kerouac, e “Diários de Motocicleta”, sobre a juventude de Che
Guevara. João, 50, dirige documentários e é fundador e publisher da
revista Piauí.
O pai deles era parte do jet set internacional de seu tempo. A primeira
esposa, Helene Tourtois, mãe de Fernando, era filha do inventor do
perfume Chanel No. 5. O mordomo argentino Santiago Badariotti, que
participou da criação dos irmãos, tinha gosto por poesia, latim e piano,
e acabou se tornando personagem de um dos documentários de João.
Rockefeller, Jagger
Em sua mansão no Rio de Janeiro, Walther recebia convidados como Henry
Ford II, Nelson Rockefeller, Aristotle Onassis e Mick Jagger. Ao longo
dos anos, Walther doou quadros de Picasso, Bellini e Raphael ao Museu de
Arte de São Paulo. Mais tarde ele transformou sua casa na sede do
Instituto Moreira Salles, fundado em 1992 para patrocinar a cultura no
Brasil. João é hoje o chairman do instituto.
Durante todo o tempo, a atividade bancária foi o centro da vida de
Walther Moreira Salles. Em entrevista publicada pelo jornal O Estado de
S. Paulo no ano passado, seu filho Pedro disse: “O banco era o seu
quinto filho, um negócio que ele criou do zero.”
Fontes:
-
Rede Castor Photo: O estratégico nióbio
-
Exame: Nióbio faz dos Moreira Salles a família mais rica do Brasil
- Fórum Anti Nova Ordem Mundial: Nióbio faz dos Moreira Salles a família mais rica do Brasil